sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Gorgoroth: Bestial Evolução



Na vida quase todas as coisas são transitórias, cíclicas, dinâmicas. Na música, especialmente no Heavy Metal, não é diferente. Às vezes uma banda começa sua carreira num estilo específico e com o passar do tempo vai o mudando de tal forma que não se parece com a mesma dos primórdios. Esta pequena introdução cabe muito bem ao GORGOROTH, ao passo que lá no início dos anos 90, primava por fazer um som extremamente cru, artesanal, primitivo, lírica e instrumentalmente, vide seus três primeiros discos, especialmente.

Só que chegou num ponto que, devido à necessidade de aperfeiçoamento que todo músico busca e por força de constantes trocas na formação, a musicalidade da banda mudou, e o disco chave nisso foi ‘Incipit Satan’. Mas pulando um pouco no tempo, podemos dizer que ele foi uma ponte para se chegar até este ‘Instinctus Bestialis’. Hoje em dia a banda é um quarteto, e sua música se encontra mais trabalhada, climática, ainda obscura, e de difícil assimilação. O opus se faz de partes rápidas (com blast-beats), aliadas a passagens mais arrastadas. Abre-se o disco com “Radix Malorum”, que remete ao Incipit...; “Ad Omnipotents Aeterne Diabolus” traz uma linha que remete ao Black Metal grego; “Burn In His Light” é um puta som com bons riffs e uma bateria martelando; “Awakening” é outra boa pedrada que fecha a conta altamente positiva. 


 Todas as oito músicas do disco se equivalem em qualidade de construção e em prender a atenção do ouvinte. E apesar de ser um álbum que necessite de várias audições para sua absorção, a verdade é que é um baita disco de Black Metal. E apesar de ser dotado de músicas cruas não é aquele Metal negro rápido, odioso e mal gravado de outrora ou que outras bandas fazem. E a despeito de ser uma produção sem firulas, tudo está em seu devido lugar e audível, tarefa esta para Tomas Asklund que, além de tocar batera no disco, junto de Infernus (guitarra e líder da banda) e M. Lindfors, foram os responsáveis pela produção do disco. 


Nos vocais, Atterigner (TRIUMFALL) foi o responsável por substituir Pest, que saiu devido a atritos na banda e no baixo permanece Bøddel que, para quem não sabe, é Frank Watkins (ex-OBITUARY). A banda ainda contou com convidados especiais, como o brasileiro Fabio Sperandio (guitarra, WAR INFERNO FX, ex-OPHIOLATRY) que, inclusive, serve de músico convidado em apresentações da banda; Chris Cannella (guitarra, AUTUMN’S END), e Henrik Ekeroth (guitarra, DARK FUNERAL, FUNERAL MIST). Uma audição recompensadora e gratificante, sem sombra de dúvida.

Texto: Marcello Camargo
Edição: Carlos Garcia

Lançamento: Soulseller Records

Line-Up:
Infernus – guitars
Bøddel – bass
Tomas Asklund – drums
Atterigner – vocals

Track-List:
“Radix Malorum”
“Dionysian Rite”
“Ad Omnipotens Aeterne Diabolus”
“Come Night”
“Burn in His Light”
“Rage”
“Kala Brahman”
“Awakening”





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