domingo, 2 de outubro de 2011

Almah e o Trabalho Mais Verdadeiro do Eduardo Falaschi

Almah mostra que agora busca ser uma das principais bandas do Metal nacional

No meio de tanta polêmica envolvendo Rock in Rio, a performance abaixo do esperado por parte do Edu Falaschi (vocal) com o Angra, e as suas declarações dizendo que vai se afastar dos vocais por algum tempo, é até meio estranho ouvir esse novo álbum do Almah, pois o mesmo transparece sinceridade, e esta claro que ali é onde o vocalista se sente em casa e pode revelar seu verdadeiro eu. Hoje é correto afirmar que o Almah é a banda do Edu e não o Angra, onde ele ficava tentando atingir notas que não são as dele e mesmo assim sofria graves criticas dos fãs.

Desde os studios reports que a banda foi deixando no Youtube ficava claro que esse álbum seria muito diferente de seus antecessores, o autointitulado “Almah” de 2006 e o poderoso “Fragile Equality” de 2008, entre outros fatores, a banda estava procurando uma sonoridade única e o time de músicos excelente estava bem entrosado, é impossível não ver o Almah como um dream team já que temos Edu Falaschi (vocais) e Felipe Andreoli (baixo) do Angra, além de Paulo Schroeber (também Astafix) e Marcelo Barbosa (Khallice) nas guitarras e Marcelo Moreira (bateria, Burning in Hell).

Quando foi revelada a parte gráfica, houve mais polêmica, pois ela fugia totalmente dos padrões normais do estilo e até mesmo das capas usadas pela banda, pois “Motion” (2011) possui uma arte inspirada em fotos reais com efeitos de fotografia. Um trabalho muito bonito, mas que já deixou o ouvinte intrigado com o que ele vai ouvir naquele material.

Um dueto de guitarras que deixariam Adrian Smith e Dave Murray (Iron Maiden) orgulhosos serve de intro para “Hypnotized” que é a música mais pesada que até mesmo os fãs poderiam esperar. Já que não é novidade os trabalhos abrirem com pedradas como “King” (do primeiro disco, ainda apenas um projeto com músicos convidados) ou “Birds of Prey” (do disco de 2008), só que agora as barreiras foram quebradas e Edu usa e abusa dos vocais mais agressivos, lembrando muito a época do Symbols. Sensação essa que se confirma com “Living And Drifting”, ou “Trace Of Trait” (primeira música de trabalho).

A cada faixa as inovações se apresentam seja como em “Days of the New” que tem um groove e ares meio stoner, sendo que as guitarras nos remetem aos trabalhos do grande Black Label Society. Ou então “When And Why” que finaliza o álbum com uma sessão acústica que dá aquela calmaria após a porrada que você ouviu, mas a sonoridade vai buscar influências em estilos do rock mais sulista. Parece meio fora da sintonia do álbum, mas é um final digno de nota.

Não poderia deixar de citar em uma resenha desse novo trabalho as participações especiais que são totalmente dispares, mas por incrível que pareça soaram totalmente naturais e ajudaram o CD a manter o ouvinte tão fascinado. Primeiramente em “Zombies Dictator” que, para desespero dos fãs mais tradicionais, se aproxima muito do Metalcore, mas consegue resultados muito interessantes nos duetos entre Falaschi e Victor Cutrale (Fúria Inc.,) e a outra em “Daydream Lucidity” onde Thiago Bianchi (Karma, Shaman) auxilia a voz de Edu nos refrões, mas se engana quem espera uma música mais melódica, pois a tendência do “Motion” é mantida, ou seja, uma música pesada cheia de quebra de andamentos e com um refrão que foi feita para se cantar junto nos shows.

Como citei no inicio dessa resenha, aparentemente o Almah finalmente achou seu caminho e tem tudo para se tornar mais uma grande banda para representar o Brasil no exterior (inclusive pouco antes do lançamento aqui, a banda fez shows acústicos pelo Japão, além de programas de TV).

Agora ficamos na torcida para que Edu passe logo por essa fase ruim e volte para os palcos, seja com o Almah, seja com o Angra.


Texto: Harley

Revisão/edição: Eduardo Cadore

Ficha Técnica

Banda: Almah

Álbum: Motion

Ano: 2011

País: Brasil

Tipo: Prog/Power Metal


Formação

Edu Falaschi (Vocal)

Felipe Andreoli (Baixo)

Paulo Schroeber (Guitarra)

Marcelo Barbosa (Guitarra)

Marcelo Moreira (Bateria)


Tracklist
01 Hypnotized
02 Living And Drifting
03 Days Of The New
04 Bullets On The Altar
05 Zombies Dictator
06 Trace Of Trait
07 Soul Alight
08 Late Night in ’85
09 Daydream Lucidity
10 When And Why

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Assista o video oficial de “Trace of Trait”.


Compre o disco “Motion” pela Die Hard aqui.

Um comentário:

Mr. Gomelli disse...

é uma pena ver a situação do Edu no Angra, porque eu, particularmente, sou fã da banda e dele. Mas acho que hoje, o melhor talvez seja mesmo a saída dele.

Como foi bem mencionado no texto, tá na cara que ele tá se sentindo mt mais a vontade no Almah, do que no Angra.

ainda tenho que conhecer melhor o trabalho do Almah, mas as referências são ótimas... vou procurar mais... valeu!

Abraço!