Power Metal é uma sonoridade que pode ser muito ingrata. Quantas bandas lançaram discos considerados clássicos do genêro, mas cujo feito não se repete com regularidade? De cara penso no Edguy, essa banda alemã que chegou ao décimo disco da carreira.
Quando Tobias Sammet (vocal) pôs em prática seu ousado projeto Avantasia, inevitavelmente precisou que o Edguy expandisse sua sonoridade, já que corria o risco de ser ofuscado pelo sucesso do projeto gigante do seu vocalista.
Começando como o mais genuíno Power (pedais duplos, riffs rápidos, vocais agudos, pomposos, etc), o Edguy foi se tornando referência, alcançando no ínicio da década passada o seu auge, com discos como “Theater of Salvation” (1999) e “Mandrake” (2001), mas acabou investindo em outras sonoridades, não se prendendo mais ao clássico Power, como mostrou nos discos “Hellfire Club” (2004) e “Rocket Ride” (2006).
Embora o Edguy continue sendo uma das principais bandas do Power, os 3 ou 4 últimos discos dividiram muito as opiniões dos fãs, chovendo críticas, de um lado, e expandindo os fãs, em outro.
A verdade é que apenas agora, em 2011, que a banda conseguiu lançar um disco com um diferencial positivo, sendo até possível encontrar declarações positivas de pessoas que não gostavam do grupo, mas foram capturados por “Age of the Joker” (2011), 10º disco da banda.
A banda, mais que nunca, caminha por entre as fileiras do Heavy Metal oitentista, com riffs grudentos e fáceis de “cantar”, indo ao Power e com um pé e meio no Hard Rock, com aquela levada estilo Van Halen em algumas passagens, como em “Two Out of Seven”.
A verdade é que Tobias Sammet, Jens Ludwig (guitarra), Dirk Sauer (guitarra), Felix Bohnke (bateria) e Tobias Exxel (baixo) fizeram mais um grande trabalho que, se não será nenhum divisor de águas, conseguiu superar significativamente seus últimos discos.
Destaques para “The Arcane Guild” (aquele Power Metal que já conhecemos), “Nobody's Hero” (riffs Heavy anos 80) e “Rock Of Cashel” (grudenta).
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A música de trabalho “Robin Hood”, que tem um dos vídeos mais engraçados do Heavy Metal, abre o disco, e mesmo que apresente bem a proposta do disco, não é nem de longe a melhor do CD, disco esse que tem bastante presente teclados executados pelo próprio Tobias, muitas vezes esse sobressaindo sobre os demais instrumentos, o que é algo relativamente novo na banda.
Este ano de 2011 não está sendo lá muito bom para o Power Metal mundial (poucos lançamentos de grande relevância), mas o Edguy mostra que há saída se os grupos buscarem outras influencias para o gênero que, não dá para negar, é um dos mais saturados do Metal.
Stay on the Road
Texto: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha técnica
Banda: Edguy
Álbum: Age of the Joker
Ano: 2011
País: Alemanha
Tipo: Power Metal/Hard Rock/Heavy Metal
Selo: Nuclear Blast
Formação
Tobias Sammet (Vocal e Teclados)
Dirk Sauer (Guitarra)
Tobias Exxel (Baixo)
Felix Bohnke (Bateria)
Jens Ludwig (Guitarra)
Tracklist
1. Robin Hood
2. Nobody s Hero
3. Rock Of Cashel
4. Pandora s Box
5. Breathe
6. Two Out Of Seven
7. Faces In The Darkness
8. The Arcane Guild
9. Fire On The Downline
10. Behind The Gates To Midnight World
11. Every Night Without You
Assista o vídeo clipe oficial de “Robin Hood” aqui.
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