Já de começo devo pedir desculpas à organização do evento e a você leitor do blog pela falta de fotografias do festival. Infelizmente, a câmera fotográfica que levei para registrar o evento que aconteceu no dia 08/10 não funcionou, o que impossibilitou registrar fotos. E pelo que percebi, poucas pessoas levaram máquinas para o Macondo Lugar nessa noite.
Mas enfim, o que importa é que as 4 bandas da noite fizeram seu trabalho colocando para tremer o centro do Rio Grande do Sul, na cidade de Santa Maria/RS.
Para iniciar a noite, a banda paulista Infector Cell se apresentou, bastante direta, agradando os poucos bangers que já estavam na casa de shows. A impressão que tínhamos era de que o público estava muito abaixo do esperado, o que mudou quando chegou a hora do próximo show.
A Infector Cell, prejudicada pelo pouco público e por ser a abertura, acabou fazendo seu trabalho de forma concisa, somente isso, e o público nem ensaiou pedir bis.
Chegada a hora de uma das atrações mais esperadas: Distraught. O grupo de Porto Alegre/RS voltou à cidade três anos depois (um dos primeiros shows que resenhamos) e encontrou um público, pelo menos, duas vezes maior do que no show da Infector Cell, o que já mostrou que os caras tem uma legião fiel de fãs (muito comum ouvir da galera que a Distraught era a banda principal do festival).
O show também marcou a volta da banda aos palcos, já que ficaram meses concentrados na composição e gravação do novo disco. E os caras estavam com sangue nos olhos para detonar em cima do palco!
Distraught voltou aos palcos e com muita energia!
A banda liderada pelo vocalista André Meyer (único remanescente da formação original) veio divulgar seu mais recente disco “Unnatural Display of Art” (2009), às vésperas do lançamento de seu sucessor, que deve sair ainda este ano.
Com uma introdução macabra, o palco do Obscure ficou pequeno para tanta energia e qualidade. Thrash Metal como o que a Distraught faz é sempre de se admirar e posso dizer que eles foram os responsáveis por deixar meu pescoço dolorido, já que o headbanging comia solto ao longo das músicas destruidoras do quinteto.
Do novo disco, canções como “The End of Times”, “Killing in Silence” e “Reflection of Clarity” mostraram que boa parte dos presentes conheciam o novo disco que é, certamente, o melhor da carreira de mais de 20 anos da banda.
Obviamente, muitos esperavam clássicos como “The Order”, que jamais podem faltar. Aqui dá para ter uma ideia da história da banda.
Mais para o final do show, André anuncia que a próxima música é o novo vídeo da banda, fazendo com que todos os presentes cantem “Hell...Hell...Hell...Hellucinations!”. Então, talvez a música mais esperada da noite, toda a galera cantou a plenos pulmões “Hellucinations”. Sensacional!
Ainda deu tempo de apresentarem a inédita (e pela primeira vez ao vivo) “Borderline”, que estará no novo disco do grupo. Finalizando, “Overkill” pôs abaixo o Macondo, com todos os presentes agitando nesse clássico absoluto do Motörhead, numa versão Thrash animal!
Era chegada a vez da atração internacional Climatic Terra. Não foi a primeira vez do grupo argentino no Brasil, mas com certeza levarão boas lembranças do show, já que este foi matador e o público agitou com o Death Melódico do quinteto.
Não a toa podendo ser chamado de “o Arch Enemy das Américas”, a Climatic Terra apresentou canções de seu primeiro disco, o ótimo “Earth Pollution” (2011), fazendo tremer as paredes do Macondo.
Impressionante a performance da vocalista Nadia El Shobkshy que se de físico pouco lembra Angela Gossow (Arch Enemy), na performance e no alcance de voz (ou melhor, gritos!) não fica devendo nada para a musa alemã. Detonou!
Entre as várias músicas do CD de estreia, certamente a mais esperada foi “Liars”, música de trabalho e que poderia ser considerada um cover do Arch Enemy, tamanha a qualidade do grupo, principalmente da vocalista e da dupla de guitarristas Frederico Rodrigues e Ezequiel Catalano, que são feras em executarem riffs rápidos e certeiros.
Ainda restava um pouco de fôlego e de sobriedade (!?) para assistir a Mental Horror. O grupo gaúcho ficou responsável por fechar a noite. E se na sua cidade natal tem reconhecimento, infelizmente na noite poucos foram os bangers que continuaram curtindo a banda. Pouco a declarar, apenas que a Mental Horror fez jus ao vivo o nome que carrega na cena underground gaúcha há muitos anos, mostrando que o Death Metal gaúcho é um dos melhores do mundo (só para lembrar que o Krisiun, por exemplo, é daqui!).
Findo, então, mais uma edição do Obscure que, se teve um público abaixo do esperado (ouvi de pessoas da cidade de que em outra casa de show haviam bandas tocando na mesma hora, o que pode ter diminuído a presença do público), mostrou porque é um dos festivais mais tradicionais do interior gaúcho. Parabéns aos organizadores que escolheram um local com ótima acústica e atendimento.
Aguardamos a próxima edição (e dessa vez com uma câmera que funcione,rs).
Texto: Eduardo Cadore
Foto: Mariel Oliveira (valeu pela foto)
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