2013: grande ano para os gaúchos da Hibria |
E a Hibria retorna a São Leopoldo/RS depois de 5 anos de sua última apresentação na cidade. Após um 2013 recheado de coisas boas para banda (vide mais um tour no Japão, show com Black Sabbath, Rock In Rio), os gaúchos da Hibria dão sequência a divulgação de seu novo disco, o aclamado "Silent Revenge", e graças a Makbo Produtora em parceria com a Influx, a banda volta a São Leopoldo, para um show esmagador.
O local escolhido para destruição foi a excelente Sociedade Orpheu, onde apresenta uma ótima estrutura. Mas antes da Hibria quebrar tudo, tínhamos duas bandas de abertura que aqueceram muito bem os presentes. Após um pequeno atraso, A Sorrowful Dream sobe ao palco, e mostra a força do seu Dark Metal, que é muito bem executado.
A Sorrowful Dream levantando o público da casa |
Mesclando músicas novas com algumas de seu primeiro álbum, o excelente "Toward Nothingness", a banda faz uma ótima apresentação, com destaque a dupla de vocais, com Josie Demeneghi fazendo os líricos que se entrelaçavam com as linhas ora screams, ora mais góticas de Éder. Única ressalva fica para o som que estava extremamente alto, mas que não prejudicou o show do grupo.
Dyingbreed foi responsável pela sonoridade mais pesada da noite |
Após uma rápida mudança de palco, era ora dos deathbangers da DyinBreed entrar em cena (ainda com o som extremamente alto), e não demora muito para a banda despejar seu Death Metal crú e ríspido, levando as primeiras rodas da noite.
O set foi baseado na sua demo "Killing The Image Of Your God" (resenha aqui), além de apresentar algumas canções novas. Para completar a destruição, a DyinBreed ainda tocou "Chemical Warfare" do Slayer e "The Preacher" do Testament, levando os bangers a total insanidade.
Atração principal da noite, Hibria chegou detonando e mostrando sua experiência no palco |
Então era hora da atração principal da noite, com um belo pano de fundo, com a capa de "Silent Revenge" (2013) e com a bateria monstruosa de Eduardo Baldo, o clima estava pronto, com um pouco mais de 300 pagantes (neste quesito o público headbanger tem muito no que melhorar, 3 excelentes bandas, ingresso barato e mesmo assim a galera não comparece em peso), a Hibria sobe ao palco ovacionados, e "Silent Revenge" e "Lonely Fight" (ambas do disco novo), dão inicio ao massacre. Vale destacar a excelente participação de André Meyer (Distraught) na "Silent Revenge", fazendo todos cantarem junto.
Após esse inicio matador, tome mais paulada com "Shoot Me Down" e "Welcome To The Horror Show", com todos os presentes cantando juntos. Para deixar todos extasiados e sem pulmão, "Living Under Ice" entra em cena para tirar a voz de todos.
Vale destacar a coesão e entrosamento da banda, todos com uma presença de palco animal, além de muito carisma, ficando a única ressalva para o som que continuava extremamente alto, e para o vocal de Iuri que estava muito baixo, sendo que muitas vezes não se ouvia.
Meyer (Distraught), além de participar do novo álbum, também mostrou agressividade ao vivo |
Tirando esses pesares, e como a ideia da banda era quebrar tudo, "Steel Lord On Wheels" e "Walking To Death" vem para trucidar os pescoços alheios, destacando o poder da voz de Iuri Sanson, levando os tons mais altos com muita maestria.
Não deixando o clima esfriar, "Deadly Vegeance" (que também pertence ao novo disco), mantendo o headbanging, com Benhur Lima debulhando as 6 cordas de seu baixo e Eduardo Baldo sentando o braço.
"I’ll chase you; I'll drag you to hell..."
Com toda força do refrão da "Silence Will Make You Suffer", André Meyer (Distraugth) retorna ao palco, e sem dúvida alguma arrasta todos na sala para o submundo da euforia Metal. A Hibria, definitivamente, promoveu um grande espetáculo digno de ser guardado na memória por muito tempo.
Com grande técnica, mas sem perder o feeling, grupo enche olhos e ouvidos da platéia |
Sentir pena?
Sim! Dos que resolveram ficar em casa no chuvoso sábado, da bateria que por sinal Eduardo Baldo mostrou total desconhecimento do sentimento em "The Shelter’s On Fire", pois literalmente surrou a velha companheira com uma agressividade absurda, provavelmente algo que ela já está acostumada e deve se orgulhar. Toda essa energia concentrada, feito um vulcão que está prestes a entrar em erupção, também soube se comportar durante a "Shall I Keep On Burning", que Iuri Sanson apresentou, com brilho no olhar, como "(...) A primeira balada da Hibria" e neste momento, no primeiro minuto de música, não se pode deixar de notar a influência vinda do Jazz presente nas cordas do baixo de Benhur Lima.
Feito o recorte, voltamos ao olho do furacão com mais uma representante do "Silent Revenge", "The Way It is", mas foi na "Stare At Yourself" que as guitarras de Abel Camargo e Renato Osório arrancaram, além de muitos headbangs, arrepios.
Apesar das mudanças de formação ao longo dos anos, Hibria é uma das mais coesas no palco |
A banda mostrou uma frente sólida o tempo todo, sempre muito centrada e em sincronia milimétrica, Iuri segurou o tranco tranquilamente, e isso o mundo presenciou no palco do Rock in Rio, mas no encore com "Tiger Punch" do álbum "The Skull Collectors", que o vocalista deixou muito claro o domínio da técnica e que a Híbria não está para brincadeira.
E para encerrar a noite com uma grande e dourada chave, o presente para os bangers veio com a presença icônica da "Rock And Roll" do Led Zeppelin (interpretação matadora) para, literalmente, lavar corpo, alma e coração headbanger.
Hibria, mais uma vez, mostrou que não é mundialmente famosa à toa |
E como toda banda que leva a música a sério, merece muito respeito, consideração e valorização, e esses mesmos sentimentos que a banda desprendeu aos fãs após o show, numa seção de autógrafos e fotos no saguão da entrada principal do Orpheu.
Com muito orgulho, batemos no peito pra dizer ao mundo que: esse rolo compressor chamado Hibria, é NOSSO!
Fotos: Renato Sanson/Uillian Vargas (equipe Road to Metal)
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