Adquiri o exemplar sem conhecer o trabalho dos gaúchos, mas com a certeza de que um álbum com suas guitarras e participações especiais de peso fariam de “Over the Grave” (2007) um disco que iria curtir.
Segundo o próprio Martinez, lá eu encontraria seus solos mais loucos que já fizera. “Opa”, pensei comigo, “então a coisa que me espera é genial”.
Posso dizer que o guitarrista estava sendo justo. O álbum é simplesmente um grande disco de Thrash Metal nacional, ao estilo que nos remete aos trabalhos de lendárias bandas como Korzus e Torture Squad.
Responsáveis por um dos melhores discos de Thrash Metal brasileiro
A banda no álbum é formada pelo já citado Martinez, o vocalista e guitarrista Rogério Pires, o baixista Gustavo Strapazon (que também toca na Scelerata) e Hércules Priester na bateria, irmão de Aquiles Priester (ex-Angra, Hangar). Vale a curiosidade de que Hércules e Martinez tocaram junto na extinta e saudosa banda Panic, reconhecida e lembrada do cenário Thrash Metal do Rio Grande do Sul.
Além desse timaço, há participações excelentes de Marcello Pompeu (que produziu o álbum) e Heros Trench do Korzus, Vitor Rodrigues do Torture Squad e Nando Fernandes, que na época era vocalista do Hangar (ex-Cavalo Vapor).
São 10 faixas que compõem “Over the Grave” tornando-o uma verdadeira aula de como se tocar um som pesado e crítico sem deixar de ser empolgante, apresentando ótimos riffs que empolgam na primeira audição.
A bateria de Hércules Priester é bastante trabalhada. Mesmo dentro do Thrash, um estilo mais agressivo e que muitas bandas confundem velocidade com qualidade, Hércules mostra que a família Priester não possui apenas um grande baterista. Suas levadas são rápidas, bumbo-duplo comendo, mas tudo na medida certa do som, incluindo viradas dignas de nota. Grande trabalho do cara.
Os vocais de Pires são guturais e graves. O cara assegura bem as músicas (nunca o vi ao vivo, mas deve fazer um bom trabalho), também fazendo as bases da guitarra. O baixista Gustavo solta sua veia agressiva na banda, também realizando um ótimo trabalho.
Martinez é um show a parte. Realmente seus solos são fenomenais e os lances de guitarra na música “Prisioner of the Past”, por exemplo, quebram tudo e já valem o álbum todo.
As participações também abrilhantam o disco. Heros Trench detona com a guita na faixa que abre o disco, “Cleaning the Congress” (a letra fala daquilo que gostaríamos de fazer com os políticos corruptos do nosso Brasil). Marcello Pompeu contribui em “All You Can Buy”, “Alone in the Crowd” e “Insane Society”, música caótica em que divide os vocais especiais com Nando Fernandes, numa interpretação bastante agressiva deste. Ainda temos Vitor Rodrigues que faz uma grande contribuição em “Bleeding Soul”.
O disco foi gravado em São Paulo, no estúdio Mr. Som, mixado e remasterizado por Cristiano Scheneider, o “Alemão”, primeiro guitarrista do Hangar e que fora substituído por Eduardo Martinez em 2000.
Reitero novamente a aula de se tocar Thrash Metal que a Lápide oferece nesse trabalho. Além disso, a arte do álbum tem tudo o que se esperar de um álbum de Thrash Metal, lembrando alguns trabalhos do Sepultura.
A banda, atualmente, parece estar em stand by. Também pudera, já que tanto Hangar quanto Scelerata estão em processos de shows e gravação, respectivamente.
Até o momento, não conseguimos contato com os demais integrantes para saber quais serão os próximos passos da banda, afinal, com um álbum desse nível (sem falar dos lançamentos anteriores), o grupo deveria continuar mais ativo na cena gaúcha e nacional (claro, com o nosso apoio).
Stay on the Road
Texto: Eduardo "EddieHead" Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Lápide
Álbum: Over the Grave
Ano: 2007
País: Brasil
Tipo: Thrash Metal
Formação
Rogério Pires (Vocais e Guitarra)
Eduardo Martinez (Guitarra)
Gustavo Strapazon (Baixo)
Hércules Priester (Bateria)
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