União do Black Metal com a Música Clássica de forma grandiosa
É bastante comum em qualquer vertente do Heavy Metal que tenhamos teclados sendo utilizados como uma verdadeira orquestra, deixando o lado sinfônico das bandas aflorarem, mesmo que tudo tenha sido feito em computador ou pelos teclados.
E como ser músico no Metal atualmente significa ousar (porque se isso não acontece, corremos o risco de cair no esquecimento), algumas bandas matem a característica de mesclar instrumentos como saxofones, violinos, percussão, corais, etc., com o grande diferencial: tudo é feito e executado por uma orquestra de verdade.
Septic Flesh supera a si próprio e lança obra-prima do Black Metal Sinfônico
Quando o assunto é Black Metal Sinfônico, a coisa fica ainda mais empolgante e grandiosa, já que grandes nomes como Dimmu Borgir, por exemplo, já fizeram uso de uma orquestra com dezenas de músicos dando, com certeza, o verdadeiro clima que o estilo pede.
Mas antes mesmo dos noruegueses gravarem com uma orquestra, a banda grega Septic Flesh já fizera isso, quando do lançamento de “Communion” (2008), álbum que marcou a volta da banda após seu fim (que durou quatro anos) e uma nova fase da banda, trabalhando em conjunto com a Orquestra Filarmônica de Praga (República Tcheca), num disco que beira o fenomenal.
Sem medo de soar repetitivo, a banda voltou com seu novo trabalho ao lado da Orquestra, com a diferença de que “The Great Mass” (2011) é, absolutamente, a verdadeira obra-prima do Black Metal Sinfônico, algo que nem o medalhão Dimmu Borgir conseguiu fazer.
Vocalista e baixista Seth ao vivo
Como aqui não temos o objetivo de sermos imparciais (e falamos daquilo que gostamos), não vejo exagero em dizer que o novo disco da banda formada por Seth vocal e baixo), Christos (guitarra), Sotirirs (guitarra e vocal limpo) e Fotis (bateria) é o melhor trabalho do gênero que já pude ouvir.
Tudo isso porque o aspecto sinfônico se sobressai mesmo tendo um instrumental pesado, rápido, com riffs de guitarras cortantes, bateria que o Black Metal pede, além do vocal grave e certeiro de Seth e os trechos arrepiantes dos vocais limpos de Sotiris.
São dez músicas gravadas em conjunto banda e orquestra, embora, desta feita, não tenha acontecido encontro entre ambos (tudo foi feito via internet).
A Orquestra Filarmônica de Praga (CHE) fazendo mais um trabalho fenomenal
O clima todo é quase que apocalíptico, ajudado pelas temáticas líricas (de autoria de Sotiris) obscura e de alta reflexão sobre o papel destrutivo do ser humano e, especialmente, do Cristianismo, algo que fica bem claro no tenebroso teaser (confira abaixo) do álbum e na letra de “The Vampire of Nazareth”, que versa sobre o poder de convencimento e de imposição compactuada de uma verdade; sobre o mistério da morte em”A Great Mass of Death”, etc.
A banda conta com vocais guturais, limpos, harmonizações amenas de vocais líricos femininos (das vocalistas Androniki Skoula e Iliana Tsakiraki), além da participação de um jovem garoto tenor, que dá um clima ainda mais sombrio.
Como a banda deixou claro no documentário que acompanha o disco, houve a definição do som da Septic Flesh com “The Great Mass”, tendo o objetivo de apresentar composições pesadas e sombrias, como se estivéssemos ouvindo a trilha sonora de um verdadeiro e macabro filme de suspense/terror. Aliás, a própria Orquestra contratada já fez trilhas sonoras de filmes do gênero de Hollywood, como O Exorcismo de Emily Rose.
Aliás, uma das grandes diferenças entre este e seu disco antecessor é de que as composições de Christos (que possui formação em Música Clássica), desta vez começaram pela parte orquestrada, para ser encaixado, pelos demais membros, a estrutura Black Metal.
Isso fica claro em todas as 10 músicas, sobretudo em “The Great Mass of Death”, “Five-Pointed Sky” e “The Undead Keep Dreaming”, que mesclam o peso do estilo e a tenebrosidade melódica da Orquestra.
Uma das canções mais cinematográfica do álbum é, definitivamente, “The Pyramid God”, que de cara mostra toda a potência do lado sinfônico do Septich Flesh.
A grandiosidade é tanta, que parece que seu coração vai explodir e que a angústia existencial te toma por completo. Depois de tudo isso, ficou com medo de ouvir “The Great Mass”?
Stay on the Road
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Septic Flesh
Álbum: The Great Mass
Ano: 2011
País: Grécia
Tipo: Black Metal Sinfônico/Orquestrado
Formação
Seth (Vocal e Baixo)
Christos (Guitarra)
Sotiris (Guitarra e Vocais Limpos)
Fotis (Bateria)
Tracklist
01. The Vampire of Nazareth
02. A Great Mass of Death
03. Pyramid God
04. Five-Pointed Star
05. Oceans of Grey
06. The Undead Keep Dreaming
07. Rising
08. Apocalypse
09. Mad Architect
10. Therianthropy
Assista ao assustador teaser do álbum
Conheça a banda
2 comentários:
Conheci Septic Flesh por acaso, e que acaso a banda é muito boa, adorei, ja que procurava algo parecido fiquei muito satisfeito, recomendo a discografia inteira.
Procure ouvir Demonic Ressurrection. É um death black sinfônico tão bom ou melhor que Sepiticflesh. A banda é indiana.
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