Anne Bakker (Foto: Bilal Javaid) |
Nos shows
durante a tour no Brasil, Blaze Bayley apresentava a violinista Anne Bakker
como "A Incrível Anne Bakker"! E não é para menos, a simpatia, certa
timidez, musicalidade e talento desta holandesa, que iniciou muito jovem na
música, encantou os fãs brasileiros.
Conversamos
com Anne para saber um pouco mais do seu trabalho, de como começou a parceria
com Thomas Zwijsen e Blaze Bayley, unindo a música clássica com o Heavy Metal
com tanta naturalidade, a passagem pelo Brasil e seus planos. Confira um pouco
mais a respeito da "Íncrível Anne Bakker". (Read the english version here)
RtM: Para iniciar, pode nos dizer quem a encorajou e incentivou a iniciar na música?
Anne Bakker: Havia
sempre muita música em casa quando eu era jovem. Meus pais ouviam música
clássica, mas também pop e rock. Meus pais também são (não-profissionais)
músicos.
RtM: Você
começou com que idade? O primeiro instrumento foi o violino?
AB: Quando
eu tinha quatro anos de idade, comecei a cantar em um coral. Quando eu tinha
8 anos, meus pais me perguntaram se eu queria tocar um instrumento, e eu escolhi o violino.
RtM: E sobre
o seu background musical? Você estudou em conservatórios, escolas de música?
AB: Comecei
com aulas de violino clássico na escola de música local, quando eu tinha 8 anos
de idade. Quando eu tinha 13 anos, eu comecei na classe preparatória do
conservatório de Arnhem. Lá eu tive aulas de improvisação e teoria musical.
Quando terminei o ensino médio, fui estudar no Conservatório de Roterdã.
RtM: E suas influências na música? Que artistas, músicos ou bandas lhe inspiraram e inspiram?
AB: Eu ouço
um monte de diferentes estilos de música. Gosto de ouvir música clássica e jazz
muito. Também há um monte de música eletrônica, pop, rock e world-music, que eu
amo. Alguns favoritos são Pink
Floyd, Arve Henriksen, Nils Frahm, Erkan Ogur, Portishead, Nick Drake, Joni
Mitchell, Massive Attack, Benjamin Britten e Arvo Part.
RtM: E como
você vê o espaço hoje para a música mais clássica e popular? Também é
interessante ver como muitas bandas e artistas do Heavy Metal, por exemplo,
que utilizam orquestras e influências da música folk.
AB: Sim, é
legal ver que ultimamente muitos artistas misturam estilos musicais em suas
performances. Eu comecei a tocar música clássica, mas quando era adolescente eu
queria experimentar outros estilos, como rock. Porque o violino tem uma
longa tradição na música clássica e popular, mas não no Rock, eu fiz
automaticamente um cross-over de estilos. Eu queria que o violino fizesse sentido no Rock, então eu tinha que encontrar uma maneira de fazer com que funcionasse para mim.
RtM: Com os
shows com Blaze Bayley e Thomas, muitas pessoas aqui interessaram-se em seu trabalho. Conte-nos como surgiu a oportunidade de trabalhar
com eles?
AB: Em
2007, eu e Thomas estávamos no primeiro ano no Conservatório de Roterdã. Thomas estava morando em um barco, e tivemos algumas grandes jam-sessions por
lá. Tocamos uma espécie de mistura de flamenco/latin/jazz, foi muito
divertido.
Dois anos atrás, nós falamos na internet e decidimos gravar uma
versão acústica de "Wasting Love". Ela foi muito bem sucedida na
internet! Um pouco mais tarde Thomas estava gravando o EP com
Blaze (Russian Holiday), e eles decidiram adicionar violino em duas músicas, "Stealing Time" e " Sign Of The Cross". Nós gostamos muito de trabalhar, e logo depois partimos em nossa primeira turnê acústica pelo Brasil.
RtM:Você é uma fã de Heavy Metal, Classic Rock ou Heavy? Você já gostava destes estilos antes de trabalhar com eles?
AB: Quando
eu tinha cerca de 14 anos de idade eu ouvia muito a Iron Maiden! Eu até aprendi
o solo de guitarra de "The Wicker Man" na raça. Durante os meus
estudos eu não ouvia muito Metal, mas é super agradável ser capaz de criar
este novo som juntos! Eu acho que o fato de termos diferentes origens faz o
som se tornar muito interessante e único. Eu realmente gosto de estar na cena Heavy Metal, há tanta energia!
RtM: Procurando ouvir e saber mais do seu trabalho, e eu ouvi a música "Stars in Your Eyes", do Eira. Você poderia nos dizer mais sobre este projeto e
outros projetos que você participa?
AB: Recentemente
eu comecei um duo, chamado Eira, em que eu canto e toco violino ao mesmo
tempo. O outro duo-membro é Johan de Pue, da Bélgica, ele está tocando
violão, cantando e tocando um pedal de baixo elétrico. Descobri que escrever
minhas próprias músicas e executá-las, é algo que eu amo fazer. Nós só gravamos algumas canções, vocês pode ouvi-las aqui: http://eiramusic.bandcamp.com Nós
apenas começamos, mas nós adoraríamos trabalhar duro e tocar um monte de
concertos com este duo.
No
momento eu estou no meio de uma turnê com o meu grupo turco, o Goksel Yilmaz
Ensemble (www.gokselyilmaz.nl). Estamos nos apresentando em teatros na Holanda
com uma companhia de dança profissional. Também fomos à Turquia algumas vezes
para fazer shows. Além desses grupos, tenho alguns outros pequenos projetos em
andamento.
Ao vivo, em Santo Ângelo (RS) |
RtM: E como
cantora e compositora? Quem você citaria como influências e o que você gosta de
escrever, o que inspira você?
AB: As
músicas que eu escrevo são um pouco sonhadoras, um monte de gente me disse que a
atmosfera soa um pouco escandinava. Eu escuto muito artistas como Nick Drake,
Ane Brun, Bob Dylan, Bjork e PJ Harvey, para citar apenas alguns. Além disso,
eu leio poesia, por vezes, para obter inspiração para as letras.
RtM: E os
shows no Brasil? Como você se sentiu com relação a recepção do público? Certamente
você ganhou muitos novos fãs e as pessoas que vão buscar saber mais sobre a sua
carreira.
AB: O Brasil
foi incrível! As pessoas são tão entusiasmadas! Também gosto de que no
Brasil o público é muito misturado. Na Europa público do Metal é
principalmente masculino, e um pouco mais introvertido. Eu estava
sobrecarregada por todas as vibrações positivas no Brasil.
Aproveitando as belezas da natureza brasileira |
RtM: Nessa passagem aqui no Brasil você teve tempo para passear um pouco, conhecer
lugares legais? O que você mais gostou, ou o que mais chamou a atenção durante
o seu tempo aqui no Brasil? E, é claro, diga-nos se teve algo que
não lhe agradou.
AB: Tivemos
algum tempo para passear! Houve muitas vezes pessoas convidando-nos a suas casas e festas. Eles proporcionaram um monte de tempo livre para
nós, o que foi incrível. Ambas as vezes que fomos ao Brasil, saímos do inverno
escuro e congelante na Europa ao sol do Brasil, o que é ótimo! Fiquei surpresa que havia um
monte de brasileiros reclamando do calor.
RtM: Uma questão mais leve! Thomas postou uma foto em seu Facebook, com você lavando a roupa, onde ele fez uma piada com o fato de que era bom ter uma mulher na
turnê! he he! Agora, como é que eles vão ficar sem você pra colocar as coisas em
ordem? He he he!
AB: Haha,
sim, foi engraçado. Depois que eu fui para casa, Thomas postou uma
foto com o guitarrista da banda lavando suas roupas, então ele
encontrou uma maneira : P.
RtM: Anne,
obrigado pela entrevista, espero que esta não seja a única, e eu espero que você
venha para o Brasil novamente. Eu acredito que você deixou muitos fãs e amigos, uma ótima impressão, e teve uma boa experiência neste passeio. É claro as viagens longas devem ter cansado um pouco! He he! Bem, deixo um espaço para você enviar uma mensagem para os fãs! Sucesso e
até breve!
AB: Obrigada! Eu não posso esperar para voltar ao Brasil, atender a todas aquelas
pessoas agradáveis novamente. Viajar pelo Brasil é absolutamente fantástico.
Por: Carlos Garcia
Fotos: Bilal Javaid/RoadTeam and Anne's files
Facebook: Anne Bakker Profile
Anne e Blaze (Foto by Bilal Javaid) |
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