Trocas de formação, adversidades e o real problema da cena nacional: falta de apoio do nosso público.
Todas essas provações fizeram parte da carreira do Seventh Seal, porém com muito empenho e dedicação a banda retorna ao cenário com seu novo disco, "Mechanical Souls", que apresenta uma banda revigorada e pronta para ganhar seu devido espaço na cena metálica.
Batemos um papo com os guitarristas Tiago Claro e Thiago Oliveira, onde contam todas as dificuldades até o momento atual, e de toda reformulação que a banda passou, além é claro do novo trabalho e de sua repercussão.
Confira agora mesmo:
Road to Metal: Vocês acabaram de lançar seu terceiro disco, sob o nome de "Mechanical Souls", que está sendo lançado pela gravadora Shinigami Records. Porém a banda sofreu uma grande mudança após o lançamento de "Days of Insanity" (2007), ficando apenas o guitarrista Tiago Claro. Como foi esse tempo conturbado para o grupo, e porque os demais integrantes deixaram a banda que vinha vivendo um bom momento na cena metálica?
Tiago Claro: Na verdade, após o álbum "Days of Insanity" os irmãos Ricardo e Guilherme Busato foram morar em Portugal e deixaram a banda, então ficou somente eu e o Ricardo Peres (vocalista), o Roberto saiu também porque estava com outros projetos. Em 2009 tive um convite para ir pra Europa com o Seventh Seal, naquela época estávamos sem guitarrista dai encontrei o Thiago Oliveira que se juntou a nós.
Após nós voltarmos da Europa nós decidimos compor um álbum para poder voltar ao velho continente um ano depois, só que compomos todas as músicas, gravamos uma pré produção e mandamos pro Ricardo Peres colocar as vozes e ele não estava conseguindo tempo para fazer, e também achou que a proposta era diferente do que ele queria fazer então ele acabou deixando a banda. Enfim encontramos o Leandro, o convidamos, e na sequencia o Roberto Morati foi ver um show nosso e também os convidamos para voltar a banda, o que acabou dando certo. Foi uma bagunça generalizada, eu concordo (risos).
Após nós voltarmos da Europa nós decidimos compor um álbum para poder voltar ao velho continente um ano depois, só que compomos todas as músicas, gravamos uma pré produção e mandamos pro Ricardo Peres colocar as vozes e ele não estava conseguindo tempo para fazer, e também achou que a proposta era diferente do que ele queria fazer então ele acabou deixando a banda. Enfim encontramos o Leandro, o convidamos, e na sequencia o Roberto Morati foi ver um show nosso e também os convidamos para voltar a banda, o que acabou dando certo. Foi uma bagunça generalizada, eu concordo (risos).
RtM: Com a banda reformulada, o Seventh Seal lança um grande disco, que não fica devendo em nada aos seus trabalhos anteriores. Como foi o processo de composição de "Mechanical Souls"?
TC: O Thiago Oliveira se juntou ao baixista que estava na época Darcio Beer e compuseram grande parte do disco, e iam gravando para ir arrumando as idéias. Nisso ouvíamos, conversávamos e dávamos algumas idéias. Eu compus algumas músicas sozinho e levei pro Thiago que completou com os arranjos.
TO: Na verdade eu não acho que não deve nada aos anteriores. Acho que ele supera os anteriores com folga. A evolução da banda tem sido o comentário geral de quem ouviu o CD além do que é a melhor produção e composições de toda a carreira. O processo de composição pra mim foi muito desgastante, demorou mais do que o previsto com as mudanças de formação, e como eu estava lá desde a concepção até a masterização foi um trabalho gigantesco, já que eu assumi a produção, letras, arranjos, samples, sintetizadores e todo o resto, mas foi a única maneira que eu tive de garantir a qualidade do trabalho.
RtM: E como foi reformular a banda novamente?
TC: Complicado porque pairava uma dúvida muito grande no ar. A maioria das pessoas achavam que a banda não seria mais a mesma, quer era melhor eu parar. Mas nós tínhamos todas essas músicas prontas então eu sabia que tinha um grande material e não poderia jogar isso no lixo. Ainda bem que deu certo (risos), fora isso tinha muitos amigos que esperavam algo novo do Seventh Seal, então eu dedico esse álbum todos que nos apoiaram até hoje e os que estão nos apoiando agora com o novo trabalho.
TO: Em nenhum momento eu pensei em parar, se o vocalista desiste e você tem um material animal na mão, que se dane, o material é mais importante do que um ou outro membro em especial e a prova disso você tem ouvido no CD.
RtM: Certamente uma grata surpresa foi anunciar Leandro Caçoilo (Soulspell, ex-Eterna) como novo vocalista, pois é uma das grandes vozes do Metal nacional. Como vocês chegaram até Leandro, e em qual momento vocês viram que ele seria a pessoa certa para o posto?
TC: O Leandro eu já conhecia há muitos anos, dividimos o palco várias vezes, tanto com o Sacred Sinner tanto com o Eterna. Enfim, a namorada do Thiago Oliveira estava fazendo aula de canto com ele e o Thiago foi lá e mostrou o material pra ele que gostou bastante. Quando o Ricardo saiu, pintou um show pra fazermos e nós convidamos ele pra cantar que aceitou. Após o show já sabíamos que era o cara certo e já convidamos ele pra entrar em definitivo para a banda.
TO: Eu mostrei as prés pra eles e quando eu contei que o Ricardo tinha saído ele “ficou curioso demais da conta” (risos). E toda hora ele vinha perguntar se a gente tinha arrumado vocal, então havia interesse da parte dele. O interessante foi descobrir que várias bandas haviam feito o convite pra ele e ele recusou todos.
Alguns nomes eu nem acreditei que ele havia recusado, então foi super bacana saber que entre todos a qualidade do material acabou convencendo o Leandro. E o legal que várias pessoas que seguem ele tem um bom tempo falaram que foi a melhor performance dele até hoje e o melhor CD que ele lançou.
Alguns nomes eu nem acreditei que ele havia recusado, então foi super bacana saber que entre todos a qualidade do material acabou convencendo o Leandro. E o legal que várias pessoas que seguem ele tem um bom tempo falaram que foi a melhor performance dele até hoje e o melhor CD que ele lançou.
RtM: "Mechanical Souls" está sendo lançado pela gravadora Shinigami Records, como está sendo a parceria?
TC: Até agora estamos muito felizes com essa parceria, esperamos que continue assim e que possamos fazer outros trabalhos com eles.
RtM: Ainda falando do novo disco, qual o tema lirico por trás do mesmo?
TO: Bom, foi tudo baseado no filme “Blade Runner” e no livro “Do Androids Dream of Electric Sheep” do Phillip K Dick, que deu origem ao filme. A primeira música que apareceu foi a “Mechanical Souls” que a gente tocou num show pela prefeitura de São Bernardo, e logo em seguida o Leandro sugeriu que o CD todo girasse em torno do filme.
No final das contas eu optei por não musicar a história, já que se eu fosse fazer isso eu teria que ter composto o CD com outra estrutura, mas eu peguei alguns temas e questionamentos que estão por toda a parte na obra e escrevi as letras em torno disso. Então você encontra temas sobre inteligência artificial, clonagem, realidades alternativas, superpopulação, realidade virtual, identidade entre outros mil questionamentos que tornam esse filme uma das grandes obras de ficção de todos os tempos. O mais incrível é que se você assistir a visão que os caras tiveram trinta anos atrás ela está cada vez mais próxima da nossa realidade.
No final das contas eu optei por não musicar a história, já que se eu fosse fazer isso eu teria que ter composto o CD com outra estrutura, mas eu peguei alguns temas e questionamentos que estão por toda a parte na obra e escrevi as letras em torno disso. Então você encontra temas sobre inteligência artificial, clonagem, realidades alternativas, superpopulação, realidade virtual, identidade entre outros mil questionamentos que tornam esse filme uma das grandes obras de ficção de todos os tempos. O mais incrível é que se você assistir a visão que os caras tiveram trinta anos atrás ela está cada vez mais próxima da nossa realidade.
RtM: Para finalizar, gostaria que vocês nos falassem de suas pretensões futuras e o que estão achando do cenário nacional atualmente.
TC: Queremos fazer shows para divulgar esse CD, então quem quiser levar o Seventh Seal para sua cidade só entrar em contato pelo nosso Facebook ou pelo email sevenstarsmanag@ig.com.br que estamos com muita vontade de tocar em outros lugares como fizemos anteriormente.
Sobre a cena é complicado, porque está tendo diversos shows internacionais e a maioria do público prefere ir a esses eventos do que ir ver bandas nacionais, uma pena porque tem várias bandas excelentes no Brasil, às vezes melhores que as gringas e não tem o devido espaço. Mas o mais legal é que quando abrimos os shows internacionais recentemente, quase todas as bandas principais vieram nos parabenizar pelo nosso show, mostrando o respeito por nós. Foi assim com o Orphaned Land, com o Anvil, com o Vision Divine, então fico muito feliz com isso e mais ainda quando temos pessoas que comparece em nossos shows frequentemente, as que nos apoia nas mídias sociais enfim, isso é o mais importante para nós e temos que dar um imenso valor a elas.
Sobre a cena é complicado, porque está tendo diversos shows internacionais e a maioria do público prefere ir a esses eventos do que ir ver bandas nacionais, uma pena porque tem várias bandas excelentes no Brasil, às vezes melhores que as gringas e não tem o devido espaço. Mas o mais legal é que quando abrimos os shows internacionais recentemente, quase todas as bandas principais vieram nos parabenizar pelo nosso show, mostrando o respeito por nós. Foi assim com o Orphaned Land, com o Anvil, com o Vision Divine, então fico muito feliz com isso e mais ainda quando temos pessoas que comparece em nossos shows frequentemente, as que nos apoia nas mídias sociais enfim, isso é o mais importante para nós e temos que dar um imenso valor a elas.
TO: O nosso cenário é igual o cenário de qualquer país do mundo, tem as bandas boas e as ruins. A diferença é que uma banda lá fora tem mais estrutura pra fazer bons shows e desenvolver. Aos poucos aqui está chegando perto. Em termos de produção de discos é pau a pau. Enfim, é uma questão complexa e com muitos pontos de vista no momento atual, acho que daria um bom assunto para uma mesa redonda (risos).
Entrevista/edição: Renato Sanson
Fotos: Divulgação
Confira nossa resenha de "Mechanical Souls" AQUI.
Entrevista/edição: Renato Sanson
Fotos: Divulgação
Confira nossa resenha de "Mechanical Souls" AQUI.
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