segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Accept: Fase Impecável!



Em seu quarto álbum desta fase após a entrada do vocalista Mike Tornillo, a instituição do Teutonic Metal Accept entrega mais um grande álbum, recheado de riffs poderosos e aqueles refrãos grandiosos típicos. Accept é daquelas bandas que possuem sua personalidade sonora, e sem grandes surpresas, segue entregando álbuns de qualidade e com gana, coisa que infelizmente muitas bandas da mesma época perderam.

"The Rise of Chaos" a estreia de Uwe Lulis e Christopher Williams, guitarra e bateria respectivamente, que foram efetivados em 2015, após a ruptura da banda com Herman Frank e Stefan Schwarzmann, e em nada diminuiu o poder de fogo dos alemães, que está realmente sintetizado em sua maioria no trio Hoffmann/Baltes/Tornillo, sendo que pouca parcela dos fãs ainda não aceita um Accept sem Udo. Pelo título e capa, e observando os nomes da faixa já dá para perceber que, apesar de não ser conceitual, a banda abordou temas relacionados ao caos vivido pelo mundo, com a violência, terrorismo e fanatismo religioso, por exemplo.


2017 foi um grande ano para o Accept, que antes do lançamento do álbum ainda teve um espetáculo grandioso em sua terra natal, no maior festival de Metal do planeta, o Wacken, onde tocou ao lado de uma orquestra e também apresentou faixas do novo disco. "The Rise of Chaos" foi espetacularmente bem recebido pelos fãs e imprensa especializada, povoando as listas de melhores do ano de centenas de sites e revistas.

Mais uma vez sob o selo Nuclear Blast e lançado aqui via parceria com a Shinigami Records, o disco traz 10 faixas carregadas com a sua personalidade, trazendo a aura clássica aliada ao peso. As características consagradas estão sempre ali, como os riffs e solos marcantes e os coros nos refrãos. "Die by the Sword" é uma típica faixa Accept, com a guitarra de Hoffmann disparando mais um riff genial, e os tradicionais coros no refrão, o qual já gruda de imediato na mente! A faixa título, "The Rise of Chaos" é outro dos destaques, alternando peso e mudanças de andamento, onde temos trechos dessa sonoridade contemporânea do grupo, mas as características oitentistas estão ali, como nas melodias do pré-refrão.

É um álbum facilmente degustável pelo fã da banda, pois as faixas todas possuem ganchos que prendem o ouvinte. Dentre essas primeiras 5 faixas, "Hole in the Head" e "No Regrets", que seguem a linha já conhecida da banda, destacando "Koolaid", que foi apresentada no Wacken e também foi uma das primeiras a serem divulgadas no youtube, com seu andamento mais cadenciado e melodioso. A faixa fala sobre Jim Jones, fundador do culto Templo dos Povos, tristemente famoso devido ao suicídio/assassinato em massa em novembro de 1978 de 918 dos seus membros em Jonestown (Guiana), que nos faz lembrar que o fanatismo não é algo novo, e que muitos erros e mazelas se repetem desde muito.


Mas as que mais me agradaram foram as 5 faixas finais, que me soaram mais envolventes, possuindo algumas das melodias mais cativantes e marcantes do álbum, então, apesar do álbum ser muito bem equilibrado, no vinil eu começaria sempre pelo lado B! ha ha ha! Começando a segunda parte (ou lado B!heheh) com "Analog Man", tema que fala sobre a cada vez maior imersão do homem no mundo virtual, traz um andamento naquela linha "Balls to the Wall", inclusive no refrão e coros típicos! "What's Done is Done", com refrão e ritmo cativante, típico Accept clássico!

"Worlds Colliding",andamento moderado, com a guitarra de Hoffmann soando mais melodiosa e cativante, além de entregar um dos riffs mais legais do álbum e um solo de técnica e melodia; "Carry the Weight" é mais veloz, mas mantém as melodias em evidência, principalmente no refrão cativante nas linhas vocais e da guitarra; E "Race to Extinction", o que inicia mais cadenciada e dramática, com peso e melodia se alternando, sendo que a porrada pega mesmo no refrão. 

"The Rise of Chaos", se não pode ser considerado o melhor álbum desta era do grupo, no mínimo mantém a média alta, e  mostra que definitivamente encontraram um equilíbrio perfeito entre a  sonoridade clássica dos anos 80 com a fase contemporânea e mais pesada, iniciada em 2010 com "Blood of the Nations", claramente tudo fruto do entrosamento de Andy Sneap e o coração da banda, Wolf Hoffmann e Peter Baltes. Para bater a cabeça à vontade sem medo de ser feliz!

Texto/Edição: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Accept
Álbum: "The Rise of Chaos" 2017
País: Alemanha
Estilo: Heavy Metal
Produção: Andy Sneap
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records


Line-up:
Mike Tornillo: Vocais
Wolf Hoffmann: Guitarras
Peter Baltes: Baixo
Uwe Lulis: Guitarras

Tracklist:
01. Die by the Sword
02. Hole in the Head
03. The Rise of Chaos
04. Koolaid
05. No Regrets
06. Analog Man
07. What's Done Is Done
08. Worlds Colliding
09. Carry the Weight
10. Race to Extinction

     

     

Um comentário:

Igor Maxwel disse...

O mais fraco CD dessa nova fase do Accept, na minha opinião.