domingo, 6 de julho de 2014

Judas Priest: Redentores da Alma Metal!



Seis anos se passaram e muita coisa aconteceu de lá pra cá, mas o que realmente vinha sendo feito e composto, de forma muito silenciosa, era o novo álbum da banda britânica Judas Priest.

Desde seu último álbum, “Nostradamus” (2008), muita coisa mudou, desde as formas de compor e até um integrante da banda,  já que em 20 de abril de 2011 o guitarrista K.K. Downing sai do Judas Priest e dá lugar a Richie Faulkner e assim dando uma nova cara para a banda, seja nas performances de palco ou até nas composições para o novo disco, “Redeemer of Souls”.

O álbum começa muito poderoso com riffs inteligentíssimos, e como é maravilhoso ouvir uma das vozes mais perfeitas do Heavy Metal mundial, Rob Halford, sempre detonando. “Dragonaut” é uma ótima música, escolhida a dedo para ser a faixa de abertura. O álbum segue e aí sim aquela fadada e digna de se tornar um clássico, a música que intitula o álbum, “Redeemer of Souls” é incrivelmente perfeita do início ao fim, tem arranjos interessantes, uma bateria executada por Scott Travis que é fenomenal, os riffs seguem a linha do que já vinha sendo Judas Priest nos últimos álbuns, mas com muita pegada anos 80, digo e repito, digna de um clássico.


“Halls of Valhalla” começa com uma marca da banda, primeiro uma guitarra solando e a outra nos trabalhos de base,  e depois entra o que é,  além de uma característica clássica deles, uma criação de Glenn Tipton, as famosas “Guitarras Gêmeas”; apesar de nesse CD Halford não se aventurar muito nos agudos, nessa música ele os usa com muita competência.

Bumbo duplo e grande técnica é a marca de “Sword of Damocles”, uma música com muitas quebradas de tempo, algo notável em todas as faixas, mesmo que pequenas, mas aqui há interessantes mudanças na pegada das guitarras, ou seja, Richie Faulkner mostra já sua personalidade, mas essa é realmente mais uma música “marca registrada”, você ouve e sabe que é Judas.

Falando nisso, marca registrada mesmo é o peso utilizado em “March Of The Damned”, tem uma andamento mais arrastado e cadenciado. Um riff solado gruda em nossos ouvidos, “Down In Flames” é a responsável por essa magia, quando li em uma entrevista deles dizendo que iriam resgatar coisas dos anos dourados fiquei esperançoso, e minhas esperanças se confirmaram nessa música, que, mesmo sem inovar, vai agradar os fãs ferrenhos.


“Hell & Back” traz aquilo que ouvimos durante anos no Judas Priest, a parede que Ian Hill faz com seu baixo, um cara discreto no palco, mas inversamente proporcional é o tamanho do peso e qualidade que ele inclui nas músicas, e “Hell & Back” é um exemplo notável disso. “Cold Blooded” é mais uma composição bem estudada nas guitarras, com partes dedilhadas mescladas com uma base muito interessante que serviria de “portal” para nos levar direto para “Metalizer”, que é pesada, rápida e possui um riff tocado na “velocidade da luz”, onde o “Metal God” abusa de seus agudos. Potência a mil!

Metal dos anos 70? Não, não, isso é só “Crossfire”, que nos traz uma levada que lembra muito aquela década (algo do Sabbath, essa intro), e disso os caras entendem, pois começaram nessa incrível década para a música. Cara setentista, mas com o peso dos anos 2000. É muito legal ver como nesse álbum tudo funciona em sincronia, e que foi composto com tempo e paciência, amadurecendo as composições, para dar aos fãs o que eles esperam. A pegada do CD “Nostradamus”, que foi seu último álbum não ficou pra trás, em “Secrets of the Dead” a banda mostra que esse disco deixou muitas marcas positivas, não foi só um álbum autoral qualquer, a banda usou e abusou do que tinha de “sinfônico” e ficou muito bom mesmo.


“Battle Cry” é uma forma de levar qualquer fã de Judas Priest  ao delírio, mais uma que vai ser pedida nos shows, harmonia bem construída, solos desconcertantes, tudo isso misturado com o que há de melhor nos “Metal Gods”. O álbum é finalizado de forma mais acústica, onde se sobressai a voz de Rob Halford. Tenho que admitir que adoro ver ele cantar esse tipo de música mais lenta, tem uma maciez fenomenal em suas cordas vocais; “Beginning of the End” é uma música até meio que “clichê” em muitos CD’s do Judas Priest, pela levada mais lenta, mas pra mim é uma coisa que não pode faltar.

O CD ainda conta com uma versão “Deluxe”, contendo mais 5 faixas exclusivas como “bônus tracks”.

Quem conhece e curte Judas Priest pode ter certeza que vai figurar em várias listas de melhores de 2014, quem não conhece, o que até soa impossível, recomendo esse álbum, além de ter a certeza de que tem tiver o primeiro contato com a banda, vai correr atrás do resto ("Screaming for Vegeance", "Painkiller", "Sad Wings"...), afinal, o público Metal se renova a cada ano. Sem mais, CD digno, não digo clássico, mas muito digno e vai agradar aos fãs!




Texto: Patrick Rafael
Edição/revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Judas Priest
Álbum: Redeemer of Souls
Anos: 2014
País: Inglaterra
Estilo: Heavy Metal






Formação
Rob Halford (Vocais)
Glenn Tipton (Guitarra)
Richie Faulkner (Guitarra)
Ian Hill (Baixo)
Scott Travis (Bateria)

Set List
01. Dragonaut
02. Redeemer of Souls
03. Halls of Valhalla
04. Sword of Damocles
05. March of the Damned
06. Down in Flames
07. Hell & Back
08. Cold Blooded
09. Metalizer
10. Crossfire
11. Secrets of the Dead
12. Battle Cry

13. Beginning of the End


Acesse o canais oficias da banda:
Site Oficial
Youtube
Facebook




Confira outras matérias do Judas Priest clicando AQUI.

2 comentários:

Igor Maxwel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Igor Maxwel disse...

Grande resenha do que já se tornou um dos meus álbuns prediletos dessa banda do metal que eu amo que é o Judas Priest. Só senti falta de uma análise das 5 faixas-bônus da edição "deluxe" de Redeemer of Souls, por exemplo: "Tears of Blood" poderia muito bem ter estado no lugar de "Crossfire" (que para mim soa como uma faixa que não faria feio se estivesse em "Firepower" álbum mais recente dos caras); "Creatures" é uma faixa bem no estilo oitentista da banda, e que na minha versão está inclusa entre "Secrets of the Dead" e "Battle Cry"; e por fim "Never Forget" é bem superior a (deprimente) "Beginning of the End" e que encerraria de forma super majestosa um álbum no qual a banda procurou basear-se em seu passado glorioso de décadas atrás e adaptá-lo ao presente. Não vou nem comentar sobre "Snakebite" e "Bring it On" que são boas canções (um pouco bobinhas por certo), mas que não condizem com o clima geral deste álbum. Estas duas pra mim me soam como sobras do Angel of Retribution (2005).