terça-feira, 20 de novembro de 2012

Resenha de Show: III Profana Aliança Nacional - São Paulo (20/10/2012)

3º edição do festival reúne grande snomes do underground nacional


Fomos gentilmente recebidos nesse evento que já está na sua terceira edição, sentindo-me extremamente bem atendida pelo organizador Flávio da Horda Torqverem e deixo de antemão os agradecimentos.

Começamos a “saga” com a chegada na Fofinho. Com o cast dessa terceira edição estava matadora, estava ansiosa para conferir pessoalmente cada uma das bandas. Acompanhe com expectativa.

Com atraso grande que creio ter sido por conta do público (vindo de vários estados) para entrar no show começa a banda de abertura Eminent Shadows (DF). Fiquei boquiaberta com a qualidade do Death Metal executado brilhantemente pelo grupo divulgando seu último trabalho “In the Fog of the Night... We Burn This Kingdom” (2011). Nem parecia a banda de abertura, sinceramente estávamos diante de um entrosamento e musicalidades fora de sério.

Terminado o show de abertura, pude conferir mais de perto na parte inferior do local (o palco fica localizado na parte de cima) dos materiais à venda e bati um papo informal com alguns expositores como o Chris da Criminal Records e constatei um fato interessante: estamos tendo uma qualidade muito grande de material nacional (CDs, LPs, camisetas, DVDs, fitas K7 e etc.) à disposição. Fiquei sem saber o que adquirir devido à quantia de expositores. Mas vale ressaltar que hoje em dia graças ao esforço de vários guerreiros estamos tendo muito mais facilidade para termos acesso aos materiais.

Público prestigiando desde a primeira banda

No palco entra em poucos minutos, após problemas nos teclados, a banda Eternal Sacrifice (BA) com seu Black Metal furioso. Naberius (vocal) trouxe com seus urros e gutural o público da casa mais próximo do palco para conferir sua apresentação teatral. Show completamente bem estruturado e nota-se que as quase duas décadas de estrada fizeram muito bem para a banda. Procurem conferir a discografia da banda e comprovem por si mesmos.

E quando começou a terceira banda tive o sentimento de estar abrindo o sétimo portal para o inferno... Entra no palco a banda Mythological Cold Towers (SP), veterana banda que iniciou suas atividades em 1994.

Já estabelecida dentro do underground e mesmo sentindo nitidamente uma mudança no estilo musical da mesma (ouçam “Sphere of Nebaddon”, álbum de 1996 e comprovem por si mesmos) notei com bons olhos o refinamento das músicas do álbum “Immemorial” (2011).

Em muitos momentos a camada densa me lembrou Paradise Lost e My Dying Bride. O Show foi basicamente calcado no “Immemorial”. Aprovado! Instrumental fantástico.

Lendário grupo Baiano Headhunter D.C. divulgou seu novo álbum 

Agora entrando novamente na fúria subi ao palco para acompanhar na íntegra e mais de perto o show de uma das lendas do Metal extremo nacional: Headhunter D.C. (BA).

Com vinte cinco anos de estrada e álbuns sensacionais como “Born... Suffer... Die”  (1991), “...And the Sky Turns to Black...(The Dark Ages Has Come)” (2000); os “caçadores de cabeças” entram no palco ao som da intro cavernosa “Funeral March” e já emendam com “Dawn of Heresy”. O caos estava instalado e muitas cabeças balançavam na velocidade máxima... Baloff (vocal) deu uma aula de simpatia e postura mostrando o porquê da banda hoje com seu novo álbum lançado (“In The Unholy Mourning”, deste ano) continuar sendo referência de qualidade no Metal extremo brasileiro.

O show, infelizmente, devido ao horário avançado não pode ser tão extenso, mas os petardos executados como “God Spreading Cancer” e “And The Sky Turns to Black” foram ovacionados e cantados em uníssono por todos os presentes mostrando que a banda caminha sim mais do que nunca para figurar como “essencial” (isso se já não é) quando o termo Death Metal brasileiro for citado por algum banger do Brasil (ou fora dele). 

O encerramento veio com o já proclamado hino do novo álbum “Hail the Metal of Death”. Nessa hora tive a certeza que saíram do palco com a missão cumprida.

Headhunter D.C. 
A única ressalva da noite ficou pelo fato de não só eu, como muitos colegas de imprensa, terem ido embora devido ao horário da apresentação da última banda, Patria (RS); mas pelos comentários que obtive de amigos e amigas presentes no show, a banda fez um set coeso e trouxe amostras de ódio e misantropia com hinos presentes nos seus álbuns já lançados “Hynms of Victory and Death” (2009),  “Sovereign Misantropy” (2010) e “Liturgia Haeresis” (2011).

De modo geral, estou satisfeita com o andor do festival e espero poder acompanhar mais de perto a grande e profana celebração do caótico underground brasileiro.

Hail the Metal of Death!

Edição/revisão: Eduardo Cadore
Fotos: Road to Metal

Bandas:
Headhunter D.C. (BA)
Mythological Cold Towers (SP)
Eternal Sacrifice (BA)
Eminent Shadow (DF)
Patria (RS)

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