quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Entrevista: Viper – Celebrando Sua Carreira de 25 Anos


Lendária banda brasileira volta aos palcos comemorando 25 anos

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Provavelmente a maior volta de formação de uma banda lendária, o retorno do Viper em 2012 marcará para sempre a história, não apenas da banda, mas do Metal nacional, afinal, são 25 anos de carreira, turbulências e alguns dos maiores clássicos de todos os tempos da música pesada brasileira.

"Voltaremos a conversar sobre o Viper, que tem muito trabalho pela frente".
E a formação não podia ser melhor, já que o retorno ao posto de vocalista de Andre Matos (que havia deixado a banda no inicio dos anos 90), aliado ao trio estável Felipe Machado (guitarra), Pit Passarel (baixo) e Guilherme Martin (bateria), sendo completados pelo eficiente e novo integrante Hugo Mariutti (com história na banda solo de Matos e no Shaman), fizeram da “To Live Again Tour” um sucesso, lotando os shows com plateias de todas as idades.

Para falar desse retorno (que pode não ser apenas “provisório”), falamos com exclusividade com o baterista Guilherme Martin, que, simpático, também teceu comentários sobre a cena nacional, o novo álbum solo de Andre Matos, o fim da primeira parte da turnê e o agendamento de novas datas.

Confira!

Road to Metal: Vocês anunciaram a turnê “To Live Again Tour” para comemorar os 25 anos do álbum de estreia “Soldiers of Sunrise” que conta com a volta de Andre Matos. O Viper pretende lançar um novo álbum com Andre nos vocais ou ele apenas retornou para esta turnê de comemoração?

Guilherme Martin: A ideia da tour “To Live Again” começou, a princípio, como um reencontro de todos nós, que gerou a ideia de um show primeiramente. Deste show vieram as propostas para mais shows, que acabaram compondo esta tour! Temos muitos planos para o futuro, é claro, e estamos analisando todas as propostas, mas neste momento estamos focados nos shows da tour que a principio terminaria no final de julho e estendemos para até o fim de setembro! O Andre em outubro deve iniciar os preparativos para o álbum da carreira solo, que por sinal está muito bom. Voltaremos a conversar sobre o Viper no mês seguinte, mas com certeza o Viper tem muito trabalho pela frente.


Andre Matos volta à banda após mais de duas décadas afastado

RtM: O Viper foi uma das bandas pioneiras do Heavy Metal no Brasil, lançando álbuns que não ficariam marcados apenas na cena nacional, mas na internacional também. Mas a partir do álbum “Coma Rage” (1994) a banda começava a mudar a sua sonoridade. Vocês sendo considerados uns dos ícones do Heavy Metal no Brasil, como chegaram à conclusão de compor o álbum “Tem pra Todo Mundo” lançado em 1996?

Guilherme Martin: O Viper sempre procurou inovar em composições e tentar reinventar a banda. O Pit [Passarel, baixista e vocalista] sempre foi um compositor que estava a frente de seu tempo, naquela época em 1996, achamos que seria um bom momento para o Viper dar uma mudada no estilo, é um álbum que foi criticado, mas fez parte de nossa carreira e com certeza chamou a atenção por todas as mudanças visionárias da época.

Nosso entrevistado ao vivo no Teatro do CIEE em Porto Alegre/Rs, no último show da primeira parte da turnê (leia sobre aqui).

RtM: Sabendo que a banda é uma das pioneiras no Brasil, o que vocês podem dizer sobre as bandas que se seguiram ao Viper dentro do Heavy Metal. Vocês acompanham a cena? Quais bandas lhes chamam a atenção positivamente?

GM: Temos muito orgulho e gratidão por todas estas bandas, que de certa forma ajudaram a manter o Heavy Metal sempre ativo. O Viper sempre é lembrado como uma das maiores bandas do estilo. Bem, o Korzus nunca deixou de surpreender como banda. Gosto muito do trabalho deles nestes anos todos. O novo disco do Andre Matos solo vem por aí para ficar na história, e tem o Cavalera Conspiracy do Max e do Igor [irmãos Cavalera, ex-Sepultura] que sempre vem com álbuns surpreendentes, o Sepultura também representa o Metal pelo mundo todo e tem muito mérito por toda a carreira brilhante!
Banda nos idos dos anos 80

RtM: A banda se apresentou em São Paulo, dia 1º de julho, onde foi feito as filmagens para um futuro DVD. Como foi este primeiro show? Em entrevista à Roadie Crew, vocês deram ao entender que teriam apenas o mês de julho para atividades com a banda e que não há planos para um disco inédito. Como você imagina que soaria um álbum da banda hoje, com a atual formação após décadas de separação? Ainda, o grupo tem mais datas confirmadas ou em negociação?

Álbum de estreia homenageado
GM: Bem, a entrevista para a Roadie Crew foi bem no começo do projeto, hoje em dia temos datas já para o mês de setembro se confirmando, por este motivo ainda não tenho como anunciá-las, mas isto será feito muito em breve [até a data da postagem da entrevista, a banda já havia confirmado os primeiros shows da segunda parte da turnê]. É uma boa pergunta, esta sobre como soaria um álbum de músicas inéditas, acredito que o Viper está em uma grande fase, todos nós amadurecemos muito como músicos, contaríamos com o Hugo, que é um grande guitarrista, e teríamos o Pit e o Andre compondo. Acho que com esta fórmula, teríamos um trabalho novo impecável, mas estamos, como disse, dando tempo ao tempo.

RtM: Hugo Mariutti chegou ao Viper pela sua proximidade com Andre Matos. Como está sendo ter uma formação clássica de volta, mas com um integrante completamente novo? O fato da história dele ao lado do Andre pós-Viper não causa nenhum estranhamento?

GM: Pelo contrário, o Hugo se tornou além de um grande amigo, um integrante do Viper, Ele foi muito bem vindo desde o começo e é um grande prazer tê-lo conosco nesta nova história do Viper.

RtM: A primeira aparição ao vivo da banda depois dessa volta foi no programa Altas Horas da TV Globo. Nele, vocês executaram duas músicas, a clássica “Living For the Night” e “Rebel Maniac”. A grande novidade foi ver esta última, gravada originalmente pelo Pit Passarel, ser cantada pelo Andre. Como surgiu a ideia de tocar canções do álbum “Evolution” com Andre Matos nos vocais?

Viper de volta e ao vivo
GM: Na verdade, quando decidimos que realmente iríamos voltar aos palcos, ficamos quase 5 meses ensaiando bastante e tentamos várias músicas, uma delas foi a "Rebel Maniac" com o Andre no vocal, que foi unanimidade, ficou boa de primeira, e resolvemos manter no repertório. Com certeza existe espaço para outras músicas do Evolution nos setlists dos próximos shows.

RtM: Ainda sobre a aparição no programa de TV, houve uma divulgação maciça nas redes sociais, sobretudo no Facebook, capitaneada pelos próprios fãs da banda. Então, na semana antes da exibição do programa, o assunto que mais víamos os headbangers divulgarem era a aparição no programa. Como vocês veem essa mudança na forma de divulgação, já que hoje o compartilhamento de informações é muito mais expandido em relação aos anos 80/90, quando a banda estava com sua produção em alta? Seria uma nova forma do “boca-a-boca” que era o formato predominante nos anos 80 e 90?

GM: Sem dúvida facilita muito. Me recordo que nos anos 80 e 90, a divulgação era feita por correio, o Viper tinha um fã clube e uma caixa postal onde eram centralizadas as correspondências. Hoje com as redes sociais de internet podemos estar sempre atualizando as informações e os nossos fãs sempre compartilharem as novidades.

Banda pretende seguir fazendo shows antes de realmente decidir o futuro desta formação

RtM: Queremos agradecer à banda pela disponibilidade e desejar sucesso nesse período de comemoração de dois dos maiores álbuns do Metal nacional de todos os tempos. Deixem uma mensagem final aos nossos leitores.

GM: Agradeço muito à galera do Road to Metal, pela entrevista e pela atenção e a todos os nossos fãs sejam eles novo ou os antigos, por terem sempre acompanhado o Viper por todos estes anos, e com certeza esta volta é um resultado desta força toda.

Um grande abraço. Vejo todos nos próximos shows!

Valeu

GO SOLDIERS!!!!

Revisão/edição: Eduardo Cadore/Renato Sanson
Fotos: Divulgação e Izabella Balconi (Road to Metal)

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