sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Entrevista: Dan Rubin - Honestidade e Amor ao Metal Melódico

Dan Rubin: um dos melhores vocalistas do Brasil

Dan Rubin, mais conhecido por ter sido vocalista da banda Magician, ter participado da Metal Opera nacional Soulspell e também ter assumido o posto de frontman da Scelerata, onde teve a oportunidade de excursionar junto com Paul Dianno (ex-Iron Maiden). No auge de sua carreira, Dan decidiu sair das bandas Magician e Scelerata e se dedicar aos seu projetos pessoais, que não envolviam a música. Após um bom tempo longe dos palcos, Dan retorna à cena, participando do show da banda Soulspell e logo em seguida se tornaria vocalista da banda Hell's Keeper (Helloween cover), onde prestam um belo tributo às melhores fases da banda. Atualmente Dan planeja seu novo projeto musical, onde irá explorar sua veia melódica e mostrar todo seu potencial como vocalista e compositor. Em uma entrevista bem descontraída, Dan nos conta sua trajetória, seus planos futuros e seu pensamento em relação a cena musical.

Com vocês Dan Rubin:


RtM: Dan, primeiramente gostaria de agradecer você por essa exclusiva e aproveito ´para pedir que nos conte um pouco de sua trajetória musical.

DR: Retribuo o agradecimento, e muito obrigado pela oportunidade de poder conversar um pouco sobre Metal com quem realmente entende do estilo. Bom, comecei como a maioria dos músicos, fazendo alguns covers de bandas que eu curtia, dessa maneira, comecei a procurar instrumentistas que tivessem o mesmo gosto que eu, não só pelo Metal mas também pelo subgênero que eu curtia muito na época e ainda curto, o Metal Melódico. Primeiramente comecei cantando músicas de duas bandas brasileiras do estilo, o Angra e o Viper, sendo assim acabei por conhecer também as bandas Helloween e Gamma Ray, as quais me fizeram apostar ainda mais no estilo. Cansado de fazer covers, sai atrás de músicos interessados em composições próprias, foi então que conheci o pessoal do Magician.

Foto promocional do 1° álbum da Magician

RtM: Você atualmente está com a banda Hell’s Keeper (Helloween Cover), no qual prestam um excelente tributo as melhores fases da banda. Como surgiu o convite para integrar o grupo e como é para você interpretar clássicos de uma de suas principais influências, o vocalista Michael Kiske?

DR: Quando conheci o pessoal da Hell's Keeper eu já tinha o interesse de cantar músicas do Helloween. Então em um show que nem me lembro hehehe... fui apresentado ao Marcos, baterista da banda que me disse que um dia eu poderia fazer parte da banda. Esperei ansiosamente por essa chance e depois de ter feito uma participação em um show deles, eles me falaram que o atual vocal estava sobrecarregado de tarefas particulares e talvez não pudesse se dedicar 100% a banda, foi quando me perguntaram se eu assumiria o cargo se ele precisasse sair, disse que sim na hora.

Dan Rubin ao vivo com a Hell's Keeper (Helloween cover)


RtM:  Após o lançamento do 1° álbum da Magician, o “Tales of Magician” de 2008, e a boa aceitação da critica, você foi convidado para participar do projeto Soulspell. Como foi participar desse que é um dos maiores projetos da cena nacional? E se você tivesse a oportunidade de participar novamente você aceitaria?

DR: Foi fantástico ser lembrado pelo Heleno Vale, idealizador e compositor do projeto, fiquei realmente emocionado e aceitei sem pestanejar, afinal de contas não é sempre que surge a oportunidade de fazer parte de um grupo de músicos sensacionais e vocalistas fora do comum. Depois disso, fiquei ansioso pra saber como seria minha música e que partes eu faria, foi então que o Heleno me disse que eu teria boa parte de um som e cantaria o refrão, e que ele tinha composto esse som pra desvirtuar um pouco do CD e que minha voz encaixaria bem no que ele havia pensado. Dai pra frente tive a ajuda de vários colegas de banda pra finalizar e ajeitar o som, pra que ficasse como o Heleno tinha pensado, espero que ele tenha gostado, hehehe. Quanto a uma nova participação, já deixei claro para o Heleno que é só chamar, jamais recusaria um convite desses, um projeto que necessita de uma força fantástica, para ser realizado em um país de m*@# como o nosso não pode morrer, espero que ele tenha sucesso e que faça mais umas cem partes, hahaha, e na minha opinião é um dos melhores trabalhos de Metal Melódico que eu ouvi nessa vida, melhor que muita porcaria gringa.


RtM: Em 2010 você anunciou sua saída da Magician e Scelerata, e que iria iniciar um novo projeto chamado Cosmo Key com músicos da cidade de Florianópolis/SC. Mas desde então não tivemos mais notícia desta nova banda. A quantas anda este projeto? Podemos esperar uma nova banda com Dan Rubin?

DR: Quando deixei as bandas, eu saí como louco tentando achar outra banda. e tive muita dificuldade em encontrar músicos por aqui que estivessem dispostos a se dedicar a um projeto conceitual de Heavy Melódico. Foi então que entrei em contato com um amigo meu, que mora em floripa e que eu admirava muito o talento dele, e fiz a proposta. Não funcionou, tivemos vários problemas de disponibilidade e acabou terminando a parceria. Seria muito difícil trabalharmos com essa diferença de localidade então decidimos não seguir adiante.

Dan Rubin ao vivo com o Soulspell no Bar Opinião em Porto Alegre/RS

RtM: Na época em que você assumiu os vocais da Scelerata, você teve a oportunidade de sair em turnê junto com o Paul Dianno. Quero que você nos contasse um pouco desta experiência, de poder sair em turnê com um dos ícones do Metal mundial.

DR: Muito aprendizado, o Sr. Dianno tem um bom coração, e sempre era bacana ouvir as histórias dele dos tempos de Iron e de suas peripécias pelo mundo do crime, hehehe. Era muito divertido estar em tour com essa turma toda, recebi todo o apoio necessário para realizar uma boa tour e acho que me saí bem.

Foto promocional da banda Scelerata, quando Dan Rubin tinha assumido os vocais

RtM: Em relação a um dos maiores fiascos do Metal nacional, o festival MOA, o que você achou destes acontecidos? E em relação às bandas nacionais que se apresentaram, você acha que todas deveriam ter cancelado suas apresentações como muitas fizeram?

DR: Bom, na real, essa briga de produção versus bandas, já era pra ter estourado há tempos, pois a maneira que certas produtoras tratam os artistas é de se chorar. Não condeno as bandas que tocaram, pois estão atrás de espaço como todas as outras. Mas, falando a verdade, nem acompanhei muito essa historia toda, não quero mais saber de desgraças e picuinhas que rolam, não só com o Metal, mas também com todos os gêneros. Essa coisa de achar que Metal é melhor que os outros gêneros, e que essas coisas acontecem só conosco, é coisa de “piá revoltado”. Todos os tipos de música sofrem os mesmos problemas que nós sofremos.


RtM: Falando ainda sobre a cena nacional, o que você acha sobre as bandas que pagam para abrir shows de bandas internacionais só para tentar ter maior projeção?

DR: Acho válido, muitas bandas fazem isso em todos os patamares. Bandas grandes já pagaram pra abrir show, eu já paguei pra abrir show e pagaria de novo. Hoje em dia é muito difícil abrir show sem bancar. Poucos conseguem isso, eu já abri shows que muitos acham que a banda pagou, mas na verdade foi simplesmente o crédito que o produtor teve em relação à banda.

Dan Rubin ao lado de Leandro Caçoilo ao vivo com o Soulspell

RtM: Recentemente o Angra, uma das maiores bandas de Heavy Metal do Brasil, sofreu uma baixa, com a saída do vocalista Edu Falaschi. E esta saída abriu uma ponta de esperança para diversos músicos. Quais os vocalistas em sua opinião poderiam substituir Falaschi no Angra?

DR: A saída do Edu foi até tardia, não que eu não goste dele, até por que pra mim ele é melhor músico do que muitos por aí que falam mal dele (é só ouvir os projetos solos do cara pra ver que ele é um artista sensacional), mas sim porque a pressão que ele sofria dos fãs e da imprensa devia estar fazendo mal pra ele como pessoa. Quanto o substituto dele, acho que existem muitos vocalistas que não deixariam nada a desejar, Mário Pastore, Leandro Caçoilo, e por aí vai, mas na minha opinião a volta do Andre Matos seria o ideal para todos.


RtM: Para finalizar, gostaria que você nos fala-se sobre seus planos futuros para este ano e deixasse uma mensagem final aos leitores do Road to Metal.

DR: Primeiro quero agradecer a ti, Renato, pela oportunidade de poder conversar um pouco sobre coisas que eu gosto muito, e que são diretamente relacionadas a música. Quanto aos planos, só quero poder continuar cantando o que me agrada e tocar com a Hell's Keeper, ao vivo, o máximo que conseguir. No que diz respeito a trabalhos próprios, eu e meus amigos de banda já estamos trabalhando em composições focadas no Heavy Melódico e tentaremos até o final do ano divulgar alguma música, ou mais, mas por enquanto não pensamos em algum nome ou conceito, mas sim em focar nas composições. Para finalizar, só digo para os leitores deste site que sigam lendo e divulgando as ótimas matérias e entrevistas realizadas pelo mesmo, vale a pena colaborar com quem colabora!


Entrevista por: Renato Sanson
Introdução: Renato Sanson
Revisão & Edição: Renato Sanson/Eduardo Cadore
Fotos: Dan Rubin/Divulgação/Arquivo Road to Metal

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