sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Herman Frank: Incansável Trabalhador do Metal


Sem dúvidas Herman Frank é um dos mais expressivos e respeitados guitarristas do Metal alemão e mundial, afinal, além do trabalho junto ao Accept, onde fez parte na época dos lançamentos dos clássicos "Restless & Wild" e "Balls To The Wall" (82-83), retornando com a banda para os shows de reunião em 2004/2005 e agora desde 2009, nesta nova formação pós Udo, que já contabiliza dois aclamadíssimos álbuns, ainda possui uma prolífica carreira solo e outros grandes trabalhos com as bandas Victory, Moon Doc e Poison Sun, sem falar ainda que produz e é engenheiro de som, tendo trabalhando com nomes como Saxon, Molly Hatchet, Messiah's Kiss , Rose Tattoo e Holy Mother, lançou vídeos instrucionais e é compositor arranjador e bandcoach!Um multi-homem praticamente!

Aproveitamos uma pausa entre a divulgação de seu segundo solo e a tour mundial do Accept para conversar com Herman alguns assuntos, como seu novo álbum, onde arranja tempo para fazer tanta coisa, e, claro, sobre o Accept!  (To view English Version Click Here)



Road to Metal: "Right in the Guts" é o segundo álbum com o nome "Herman Frank", e traz mudanças no line-up. Você escolheu  trabalhar com pessoas diferentes, porque é um projeto solo, ou você quer uma linha estável, funcionando como uma banda, e talvez também fazer shows ao vivo?

Herman Frank: Bem, na verdade eu tinha em mente contar com o mesmo line-up. Porém a vida é uma aposta constante, e as coisas mudam. Jioti teve alguns problemas com sua saúde. Eu esperei por quase dois anos após “Loyal to Noone” para iniciar as gravações de “Right in the Guts”, mas ele não estava apto a cantar como ele costumava cantar. Por isso, decidi procurar outro vocalista para fazer o álbum.

Stefan (Schwarzmann) estava extremamente ocupado nesses dias, em diferentes projetos, de modo que não pode encontrar algum tempo entre eles. Porque eu queria gravar o sucessor de “Loyal” eu tive que dar uma chance a novas pessoas. Talvez desta vez o line- up mantenha-se pouco mais e me dê chance de fazer alguns shows ao vivo.

Dupla afiada com Wolf no Accept
RTM: Como o primeiro álbum, "Loyal to None", muitas opiniões têm feito comparações com a sonoridade do Accept. Eu acredito que há semelhanças, mas acho que seu trabalho solo tem um background mais Hard Rock. O que você pensa sobre essas comparações e quais são as principais diferenças entre o que você faz no Accept e em seu trabalho solo?

HF: Fácil de dizer. No Accept Wolf e Peter escrevem a maioria das canções, quase todas as músicas. Na minha banda eu sou o "Mastermind". Como Wolf, Peter e eu temos tipo, o mesmo background através dos anos, é óbvio que pode haver semelhanças. Por outro lado eu evolui meu estilo próprio nestes anos sem o Accept. Eu acho que minhas produções são mais ”ao vivo” e diretas. Partes mais melódicas em minhas músicas também podem ser uma diferença do Accept.

RTM: Um dos destaques do CD são os vocais de Rick Altzi, como você chegou à conclusão de que ele seria o cara ideal para gravar esse novo CD?

HF: Rick me ligou pedindo para cantar no meu disco novo. Na verdade eu não havia ouvido nada sobre ele antes. Então lhe mandei algumas faixas com minhas ideias vocais no topo e logo em seguida recebi canções terminadas com uma performance vocal que me nocauteou!! Ele mandou bem desde o início! Ele é um vocalista poderoso e mostra um monte de sentimentos nas faixas.

Line-up que gravou "Right in the Guts"
RTM: "Right in the Guts" tem muitas músicas de Metal puro, com andamentos rápidos, mas minha favorita, e com base em comentários que eu li, chamou muita atenção, é "Falling to Peaces", que é bem Hard Rock mesmo, lembrando Whitesnake, principalmente pelos vocais de Rick. Eu gostaria que você falasse um pouco sobre essa música.

HF: Yeah, “Falling to Pieces” é uma das minhas favoritas também. Eu gosto muito dessa música. Grande balada. Toneladas de sentimento. Ritmos cativantes. Whitesnake? Bem, por que nós deixamos tudo isso só para eles? E para mim é uma honra ser comparado a eles. Não é um grande elogio ter escrito uma canção que o Whitesnake também poderia ter feito?!

RTM: Como foi o processo de composição e produção do CD e como você divide o tempo a fim de se concentrar em dois álbuns importantes como “Stalingrad”, com o Accept,  e seu solo “Right in the Guts”?

HF: Como de costume, eu escrevi todas as músicas. Durante alguns dias eu reuni algumas ideias. Logo que ficou claro que Rick seria o vocalista ficou bem mais fácil. Nós começamos a trabalhar no álbum em Agosto de 2012, a Mix terminou em Janeiro de 2012. O tempo é sábio e eu só tenho a dizer: O pássaro mais rápido pega a minhoca!


RTM: Falando sobre as letras, sobre o que você gosta de escrever? E sobre suas influências como músico, quais são suas maiores influências?

HF: Talvez devêssemos deixar isso  para Rick, ele está escrevendo todas as letras. Influências? Eu, eu mesmo e eu!!! (risos)

RTM: Você tem seu trabalho solo, também tem o CD com a  Poison Sun, o trabalho com Acceptr, shows, produções, etc ... Como você encontra tempo para fazer tantas coisas? ? he he he! Além da música você tem quaisquer outros hobbies? Filmes, futebol?

HF: Como mencionei antes, você só tem que amar o que você está fazendo e só tem que trabalhar duro. Eu não penso em tempo quando eu estou fazendo música. Eu simplesmente amo isto! E hobbies? Filmes você está certo! Alguns esportes, como Wing Tsung. Mas acima de tudo ter de vez em quando uma pequena festa com o meu amigo Jack Daniells. Ele me ajuda a limpar a  mente e se preparar novamente para novos projetos!

Poison Sun, ao lado da esposa Martina
RTM: Eu acho que nesses solos, você realmente mostra uma sonoridade que caracteriza você: uma mistura de Hard e Heavy. Com base nisso, você poderia escolher um álbum favorito (talvez uma tarefa difícil!) do Accept, Victory e Moon Doc e fazer um breve comentário sobre cada um deles para nós? Até mesmo para os fãs mais jovens terem uma referência, afinal, você tem tantos grandes álbuns!

HF: É difícil dizer qual é ou são os meus álbuns favoritos. Honestamente, essa é uma pergunta que não posso responder. Eu ainda gosto de “Culture Killed the Native”, do Victory. Accept “ Restless and Wild”,  é meu favorito, e quanto ao Moon Doc, eu daria uma chance a “ Realm of Legends”.

Grandes trabalhos com o Victory
RTM: Eu acho que os fãs do Accept (inclusive eu) não imaginavam a banda sem Udo, mas depois de "Blood of Nations", muitos mudaram de ideia (inclusive eu de novo!), E agora já temos o segundo álbum com Tornillo . Quando vocês decidiram seguir em frente, e procurar outra voz para a banda, esperavam que os resultados e aceitação do público fossem tão boas? Provavelmente vocês tiveram algumas dúvidas no início.Agora arrisco a dizer que 99% dos fãs estão felizes com a nova line-up!

HF: Sim! Funcionou muito bem. Todo  mundo na banda estava muito confiante quanto a Mark desde o início. Ele é um poderoso cantor  e um dos melhores caras que eu já conheci. “Cheers” para você meu amigo!” Cheers” ao Mark!!!

RTM: E sobre "Blood of Nations" e "Stalingrad"? Pode falar-nos sobre as diferenças entre eles, pré-produção, conceito, e mais algumas questões?

HF: Faça-me um favor? Deixe estas perguntas para Peter e Wolf.


RTM: Após a reunião do Accept em 2005, esperava-se que o chamado line-up clássico, com Udo, lançasse um novo álbum, também se falou em um DVD gravado no Wacken, mas nada disso aconteceu. Será que poderia nos contar um pouco sobre por que acabou não rolando?

HF: Sem comentários ....

RTM: Sobre esse tempo, a sua primeira passagem pelo Accept, fale um pouco sobre como foi para você fazer parte da banda nesse período. Muitos fãs consideram "Restless & Wild" e "Balls To The Wall" os melhores álbuns da banda.

HF: Para mim foi uma grande aventura e uma viagem que ainda continuam, com um grande hiato no meio.

Com o Accept nos anos 80
RTM: E sobre o  "Poison Sun” (que teve o álbum Virtual Sin lançado em 2010), a banda com sua esposa Martina, você tem planos de fazer outro álbum? E como foi a promoção e aceitação do álbum? Eu realmente curti os vocais de Martina, que têm um diferencial, combinados a uma empolgante sonoridade Hard/Heavy!

HF: Martina ganhou muito respeito com o seu primeiro álbum. Estamos trabalhando já no segundo. Mas nenhuma ideia de quando isso será concluído. Eu gosto muito do estilo do Poison Sun.

RTM: Herman, obrigado por sua atenção, vou poupar um pouco do seu tempo! Esperamos vê-lo em breve aqui no Brasil, tanto com o Accept ou talvez com sua banda solo! Pena que no ano passado por conta de que o acidente em San Antonio (EUA) você não pode vir ao Brasil!

HF: Bem, obrigado por seguir a minha carreira e dedicar seu trabalho na minha música! See ya soon! Best!

Herman

Por: Carlos Garcia

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