sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Iron Fire: Ícones do Power Metal Dinamarquês


A história do Iron Fire começou a ser escrita em 1995, quando ainda levava o nome de "Misery", logo alterado para "Decade of Darkness", depois, motivado também pelas modificações em seu som, que partiu para um lado mais "True Metal", termo utilizado para descrever o Metal Tradicional contemporâneo que estava sendo feito por bandas como o Hammerfall, inclusive tendo a figura de um guerreiro na capa no álbum "Thunderstorm", a banda foi rebatizada, e após o lançamento do seu primeiro CD demo, com muito boa repercussão nos países escandinavos e outros países europeus, chamou a atenção de vários selos, sendo o início de uma nova era para o Iron Fire (vale lembrar que o álbum Thunderstorm, que foi produzido por Tommy Hansen, saiu também no Brasil).

Muitas mudanças de formação não impediram o crescimento e evolução da banda, que, com "Voyage of the Damned" (2012) chega no ponto mais alto em termos de composição e gravação. Conversamos com o guitarrista Kirk Backarach, que nos contou um pouco mais sobre o álbum, um pouco de como funciona a relação banda/gravadora, alguns detalhes curiosos sobre a banda e muito mais!
(Read the English version here)

Road to Metal: Saudações! Para nós é um prazer contatar a banda. Vocês lançaram este ano "Voyage of the Damned", sétimo álbum desde que a banda foi rebatizada para Iron Fire. Que definição você daria sobre este registro, tanto para aqueles que já acompanham a banda quanto para quem a está conhecendo agora?

Kirk Backarach: O novo álbum "Voyage of the Damned" difere do anterior, "Metalmorphosized" por sua parte lírica, por seu material de orquestra e por sua produção sonora. Ele contém apenas material novo, enquanto que "Metalmorphosized" continha principalmente músicas antigas que nós rearranjamos e lançamos como uma celebração do 10 º aniversário da banda.


Desta vez gastamos um monte de tempo em organizar cada canção à perfeição, com os arranjos de bateria entrelaçando com os riffs e o baixo indo junto com a bateria. Em cima dessa base sólida nós adicionamos alguns arranjos sinfônicos, muito mais do que costumamos fazer. Para ajustar tudo isso, nos juntamos com um dos principais produtores dinamarqueses, Jacob Hansen. Ele deu um "quê" a mais de qualidade e firmeza ao som, praticamente fazendo deste o álbum mais sinfônico e "porrada" que fizemos até agora!

Road to Metal: É notável evolução da banda disco após disco. A proposta de fusão da banda no Speed ​​Metal Heavy/Metal tradicional e Symphonic Metal, é algo que o grupo tenta manter como a principal característica?

KB: Sim, com certeza! E a cada novo álbum, tentamos trazer alguma proposta nova. Seria muito fácil lançar o mesmo álbum de novo, de novo e de novo... Mas também muito chato, tanto para nós, assim como para os fãs, então se nós experimentarmos coisas novas e refletir sobre outras coisas que fizemos no passado, nós vamos estar muito ligados em manter as verdadeiras e reais raízes da banda.


Road to Metal: Vocês fazem parte da Napalm Records. Em nível mundial, qual a importância para a banda ter o suporte de uma grande gravadora dentro do Heavy Metal?

KB: Eu acho que isso difere de cada banda, cada selo. A Napalm Records nunca interveio em nossa temática, nossa música ou a nossa escolha de fotos promocionais e coisas assim. A única coisa são as capas, que retrataram uma espécie de guerreiro cada álbum que fizemos com eles.

No álbum "Metalmorphosized" nós tivemos uma pequena discussão a respeito da capa. Nós achamos que parecia algo bobo. Queríamos algo a mais e tínhamos algo totalmente diferente da arte já pronta, mas para a nossa decepção a gravadora não aprovou. Nestes casos, a gravadora sempre ganha. Mas de qualquer forma, já que o Iron Fire não é algum tipo de circo e estamos acostumados a fazer tudo por nós mesmos, este é o caminho que estamos acostumados a trabalhar. A única coisa que realmente dependemos em conhecimento, por parte da gravadora, é a parte dos negócios, impressão, imprensa, promoção, etc, e nisso é que eles são bons, então, nessa parte é que nós podemos nos dizer sortudos de estar em uma grande gravadora internacional.


Road to Metal: O Iron Fire ainda é pouco conhecido aqui no Brasil. A verdade é que, embora o grupo tenha bons registros, nenhum chega perto em termos de feeling e força como o "Voyage of the Damned". Um pouco cedo para dizer, mas o disco poderia estar levando a banda a outro nível de popularidade?

KB: Espero que sim. Isso nos daria um monte de oportunidades, de fazer algumas turnês mais extensas e tocar em alguns festivais também. A verdade é que, se uma banda é baixa na popularidade e não vende, ninguém está interessado em trabalhar com ela e se torna muito difícil, quase impossível chegar a qualquer lugar.

Road to Metal: Em um teaser do novo álbum é sobre a viagens espaciais do homem. Este é o tema básico do novo trabalho? Quando a banda chegou a este tema?

KB: Nós sempre conversamos muito sobre fazer algumas coisas sobre o espaço, mas nunca foi tão evidente quanto em "Voyage of the Damned". Na verdade, "The Revenge", voltando ao álbum de '06, foi escrito como um conceito sobre um guerreiro do espaço. Cada música do álbum se refere a uma história de fundo chamada "A Saga de Caim". Este foi o primeiro álbum que lançamos através da Napalm Records.


Demos-lhes a história e contamos tudo sobre o conceito, mas infelizmente eles não estavam interessados ​​em usá-lo para o lançamento. Uma vez que já havíamos gravado o álbum antes de assinar com eles, era tarde demais para mudá-lo, razão pela qual as letras do álbum podem parecer um pouco estranhas. Enfim... Esta história se passa em algum lugar no espaço exterior, ou talvez um universo paralelo, mas enfim, é tanto sobre o espaço como sobre um guerreiro.

O "Voyage of the Damned" é inteiramente baseado em sci-fi e viagens espaciais, bem como não tem sequências de batalha ou guerreiros envolvidos nela. Em suma, a história é percebida através de uma pessoa não identificada, que está em trânsito pelos confins do espaço sideral. Embora não esteja claro que os eventos que ele experimenta são reais, ou se é tudo uma invenção de sua própria imaginação.


Road to Metal: A banda passou por várias mudanças de formação. Houve um período em que só permaneceu Martin e você (Kirk). No que diz respeito a este período, o que ocorreu para a saída dos outros membros?

KB: Sim, sim, mas naquela época estávamos fazendo testes com um monte de pessoas diferentes e alguns estavam mais ou menos na banda por alguns meses e quando eles saíram, eles seriam substituídos por alguém pouco depois, mas todos que trabalharam nesses períodos deixaram sua marca. Os tempos eram diferentes naquela época, porém, tivemos um monte de tempo livre em nossas mãos, por isso, escrevi um monte de músicas, tantas que a maioria delas nem sequer existe em qualquer forma hoje. Atualmente passamos mais tempo trabalhando em cada música e suas diferentes partes, em vez de ter um monte que acabamos não finalizando.

Road to Metal: Há sete discos além deste novo lançamento. Olhando para trás, a banda evoluiu muito desde "Thunderstorm" (2000) até "Voyage of the Damned". Para aqueles não familiarizados com a banda, qual álbum você recomendaria para alguém que fosse conhecê-los?

KB: É claro que eu recomendaria "Voyage of the Damned", uma vez que é o álbum mais contemporâneo, mas devo escolher uma das coisas antigas, então eu provavelmente iria recomendá-los a começar com "To The Grave". Eu acho que é o álbum mais forte entre os outros no estilo Power Metal que temos feito há muitos anos. Os outros álbuns são muito bons também, eu só acho que esse resume todos os outros por ter componentes de todos os álbuns anteriores.


Road to Metal: A banda executa um estilo de som que é muito popular na Alemanha, o Speed Metal com elementos sinfônicos, e quando descobrimos que eram dinamarqueses ficamos realmente surpresos. Como o som que vocês fazem foi recebido em seu país? E como está a aceitação em outros países?

KB: Os fãs locais, que são os únicos que eu conversei, têm sido extremamente positivos sobre o novo álbum. Internacionalmente a única referência que tenho são as resenhas, e elas apresentam um ou dois pontos a mais do que eles costumam dar quando lançamos um novo álbum.

Road to Metal: Vocês lançaram o vídeo para a canção "Leviathan", para divulgação do álbum. Como você vê essas divulgações através de vídeo? Acaba dando um bom retorno para a banda?

KB: Ele tem que dar retorno, porque foi trabalhoso fazer o vídeo. Tivemos que contatar várias pessoas para que pudessem fazê-lo para nós, fomos à vários locais diferentes e tivemos que colocar muito esforço para deixá-lo com um visual legal, então eu acho que se não nos fazer algum bem, terá sido uma perda de tempo. Mas só posso dizer que estou muito satisfeito com o resultado final.


Road to Metal: Ainda falando sobre o som da banda, podemos identificar influências de grandes medalhões do Speed Metal, como Grave Digger, Running Wild e Sacred Steel. Você ouve essas bandas? E quais são as principais influências do grupo?

KB: Eu sempre fui mais ligado em certas bandas do que em gêneros ou estilos em geral. Eu tenho álbuns do Running Wild e Helloween, mas eu nunca estive realmente interessado no Speed ​​Metal alemão, o que sempre foi a influência de Steene sobre a banda. Atualmente, acho que há muito mais influência do estilo alemão presente. No momento mantemos as nossas influências mais ou menos, mas vamos tentando nos manter com os padrões contemporâneos e, claro, tentar não se desviar para longe do que os fãs podem esperar de nós.


Road to Metal: Vocês estão na cena há mais de 10 anos, nessas muitas tours que a banda tem feito já chegaram a receber convite para vir para o Brasil?

KB: Na verdade sim! Infelizmente tivemos que recusar a oferta devido a circunstâncias econômicas que fizeram o negócio muito arriscado. Esperemos em breve ser capazes de visitar o Brasil, fazer um par de shows e conhecer os fãs.

Road to Metal: Gostaríamos de agradecer por esta grande entrevista e deixar o espaço final para você.

KB: Em primeiro lugar eu gostaria de cumprimentar e agradecer aos nossos fãs brasileiros e, em seguida, eu diria que, eu espero que eles gostem do novo álbum.
Muito Obrigado!!!

Kirk Backarach


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Entrevista: Eduardo Cadore / Renato Sanson
Edição: Carlos Garcia





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