quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Entrevista: Carniça - Em Plena Forma





Foram apenas dois álbuns (enquanto "Nation Of Few" não vem), e sem exagero podemos dizer que Mauriano Lustosa (baixo/vocal), Parahim Neto (guitarra) e Marlo Lustosa (bateria) marcaram seu nome no undeground nacional. E esses anos na estrada, a expectativa com o retorno aos palcos e principalmente o novo trabalho e a presença no festival UMF - RS (que conta com o apoio Road to Metal), são pautas dessa nova entrevista exclusiva. 

Com vocês, Carniça "Time to Reborn...".



RtM: Vocês acabaram de divulgar a capa do novo álbum da banda, intitulado de "Nations Of Few", além de estarem no processo final de gravação do mesmo. O que podemos esperar deste novo lançamento? Já sabemos que ele será conceitual como "Temple's Fall... Time To Reborn", mas em termos de sonoridade, teremos um álbum superior?

Mauriano Lustosa: Em termos de letras o álbum atacará de forma brutal a política e consequentemente a corrupção. Uma das maiores diferenças foi o processo de produção e criação, que dessa vez caminharam juntos, o que possibilitou à banda experimentar mais e ter um resultado final alinhado entre estúdio e ao vivo. Em termos de sonoridade creio que o álbum segue na linha do que o Carniça já fez nestes 21 anos porém as músicas estão repletas de fúria e velocidade. Tudo o que um álbum de Heavy Metal tem de ter.

RtM: Neste ano vocês tocaram em um dos maiores festivais de Rock do Brasil, o "Ferrorock 2012", ao lado de Motorocker e Ratos De Porão. Poderia nos contar um pouco como foi para vocês este show?

MLS: O Ferrock é o festival mais antigo do país e ainda por cima consegue levar mais de 5.000 pessoas a assistí-lo. Foi foda! Tivemos uma recepção fantástica do pessoal de lá. Tinha cara que chegou e disse: "porra viajei 120 km para escutar Immortal". Outro disse que tinha o nosso primeiro CD, Rotten Flesh. Deixamos uma imagem bastante positiva pra galera de lá, fora a gurizada do Motorocker, que são super gente fina, o Death Slam, o Final Erosion também!

RtM: Vocês também tocarão no UMF - RS, que tem tudo para ser o maior festival que já recebemos. O que vocês pensam da proposta do festival? E se tratando da nossa cena, vocês acreditam ser possível um festival deste porte no RS lograr êxito?

MLS: O festival incorpora o estilo de grandes que são realizados pelo mundo. Bandas internacionais sem se esquecer das locais. Tudo agora está na mão do público, pois todos sabem que, no depender das bandas o negócio será foda! As bandas locais estão cada vez mais investindo no seu negócio e chegando a um nível profissional que não deve nada até mesmo para a maioria das bandas gringas da cena. A proposta do festival é tudo aquilo que a galera sempre pede e por vezes reclama de não ter por perto. Definitivamente, o festival está na mão do público. Logo, vá e compre seu passaporte!

Capa do novo álbum "Nations Of Few", que promete ser um dos grandes lançamentos de 2012

RtM: E para vocês, qual a importância deste festival para o Carniça?

MLS: Todo show é estrada e história. E além do mais estaremos dividindo o palco com Master e Massacre. Quer mais? Será nosso último show da turnê do "Temple's Fall..." e não poderíamos fechá-la de forma melhor!

RtM: O novo álbum conta com a participação do lendário guitarrista Claudio David (Overdose). Como surgiu a oportunidade de convida-lo?

MLS: O Claudio é amigo antigo de Facebook do Marlo. O Marlo perguntou a ele se rolava e o cara, muito cordialmente, aceitou. O Claudio David é um cara que poderia ter a atitude do maior Rock Star do Mundo, pois ele o é, mas não, ele é super gente fina e acessível! Um monte de trouxa que se acha no nosso meio deveria aprender com ele. Mas é sempre assim. Quanto mais foda é o cara, mais legal e gente boa é o seu caráter.

RtM: Falando de "Nations Of Few", ele será conceitual como o CD anterior. Quais as vantagens que a banda aponta nesse formato e quando forem executar as músicas ao vivo algumas ficarão de fora do set-list. Isso não interfere na dinâmica do trabalho?

MLS: Realmente ele é um disco conceitual, mas suas letras indiretamente nos remetem ao conceito. Suas músicas são interligadas sim, mas foram concebidas a funcionar separadamente. O disco trará em questão das letras uma inovação massa aos ouvintes que derem uma sacada no encarte.

Carniça ao vivo no "Ferrorock 2012"

RtM: Como foi o contato para gravar "Rough Diamond" em um tributo ao Running Wild? Foi depois dessa gravação que a banda decidiu retomar sua trajetória?

MLS: Não. Foi ao contrário. Gravamos "Mordor" para o tributo e logo após decidimos dar um tempo. Sempre fomos muito fãs de Running Wild e um certo dia entrei em contato com Jens Pohl que é o webmaster deles. Ele falou que iria rolar este tributo, pediu pra escutar o nosso som, curtiu e nos colocou no cast. Houve uma votação e depois uma aprovação do Rock 'N' Rolf. Mais ou menos assim. Daí rolou uma treta com a gavadora do RW na época, mas esta é uma outra e longa história.

RtM: Desde o primeiro álbum da banda, vocês gravam um cover, primeiramente foi "Black Metal" do Venom, depois "Hell Awaits" do Slayer e agora "I Wanna Be Somebody" do WASP. Como se deram as escolhas para cada cover?

MLS: Ah, o Carniça tem uma história longa e apaixonada por covers! Já tocamos muito deles, porém em doses homeopáticas nos shows (1 ou 2...). "Black Metal" foi o som que estávamos tocando na época, então decidimos colocá-lo. "Hell Awaits" teve o lance da religião e por sermos fãs de carterinha do SLAYER, achamos legal fazer o link com a temática do CD. "I Wanna Be Somebody" tem haver com politicagem, corrupção. Eu quero ser alguém logo!!!! É uma forma de homenagear nossos ídolos também! Inclusive eu, Mauriano, tenho a vontade de produzir um disco nosso só de covers. Talvez ano que vem.

Mauriano Lustosa (vocal/baixo) ao vivo no "Ferrorock 2012"

RtM: O Leviaethan está relançando o álbum "Smile" que é um clássico do Metal gaúcho. Existe planos para a banda relançar o álbum "Rotten Flesh"? E olhando esse trabalho hoje, o que vocês mudariam nele?

MLS: O "Rotten Flesh" foi um sucesso de vendas em 1999. Vendemos muito o disco. O formato CD estava no seu auge e através da JAM Sons Raros, que nos deu uma puta força o fizemos! Ainda não temos planos de relançá-lo.

"Rotten Flesh", um dos álbuns mais importantes da cena gaúcha

RtM: Citando agora "Temple´s Fall... Time To Reborn", sempre quis saber quais os conceitos daquela arte gráfica, já que a mesma é belíssima. E a banda ainda acha relevante ter esse cuidado, afinal de contas a vendagem de CDs vem caindo?

MLS: Investimos sempre muito na parte visual. Só para vocês terem uma idéia, o artista plástico que fez "Temple's Fall..." e agora o "Nations Of Few" tem um atelier aqui no Brasil e outro na França. O cara é "o cara", super cultuado no meio. Além disso é um parceiro e trabalha sempre junto com a banda. A banda co-participa, sacam? Damos a ideia, nossos "pitacos" e o cara pinta. Pra caralho! Nada contra as ilustrações feitas "em e por" computador. Mas achamos desta forma, a arte no seu princípio real. Old school!

Marlo Lustosa (bateria) ao vivo no "Ferrorock 2012"

RtM: Para finalizar, gostaríamos de agradecê-los pela exclusiva e deixem uma mensagem aos leitores do Road to Metal.

MLS: Apoiem a cena. Comprem material das bandas. Ah, e compareçam no show de lançamento do "Nations Of Few", dia 08/12 no Campus 3 Rock Bar em Novo Hambugo, com a participação mais que especial do Claudio David (OVERDOSE), um momento ímpar na cena do Metal gaúcho!

Parahim Neto (guitarra) ao vivo no "Ferrorock 2012"


Entrevista por: Renato Sanson/Luiz Harley
Edição & Revisão: Renato Sanson/Eduardo Cadore
Introdução: Luiz Harley
Fotos: Carniça

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