Duas verdadeiras entidades do Metal chamaram atenção da mídia e dos fãs quando, em 2011, anunciaram que uma nova banda havia surgido, a Kill Devil Hill. E quais seriam essas entidades?
Falo de Vinny Appice, lendário baterista que fez história junto ao Black Sabbath (gravou os clássicos “Mob Rules” e “Dehumanizer”), Dio e, mais recentemente, Heaven and Hell; e Rex Brown, cuja trajetória com o Pantera dispensa comentários e, após deixar o Down (do seu ex-colega de Pantera, Phil Anselmo), pouco antes do show no Brasil, chega à banda que ainda conta com os “desconhecidos” (se formos comparar o grau de importância destes dois) Marc Zavon (Ratt) na guitarra e Dewey Bragg no vocal.
Quarteto lança álbum homônimo e energiza a cena |
Esse quarteto trouxe à luz o disco “Kill Devil Hill” (2012), mostrando uma banda que caminha pelo Heavy Metal, com um pé no Stoner e Groove Metal ou, na própria definição de Vinny Appice, é como se Black Sabbath e Alice in Chains tivessem dado à luz a um filho e este fosse Kill Devil Hill.
Falando em Appice, o cara mostra que mesmo com seus 55 anos tem muita energia e estrada para enfrentar antes de pensar que sua história já está completa. Rex volta à sua melhor forma, embora sua entrada na banda tenha acontecido tardiamente, quando uma boa parte das composições já estavam prontas, mas é inevitável perceber que há aquele velho baixo característico do Pantera.
Appice e Brown: trabalhos históricos em bandas como Black Sabbath e Pantera |
Citando tanto Vinny e Rex, até parece que a banda se limita à dupla. Ledo engano. O grande destaque fica por conta do vocalista Dewey Bragg, com um estilo que lembra o próprio Phil Anselmo, mais em sua aparência do que propriamente no som. O vocal arrastado e a postura “foda-se” dão personalidade ao frontman da Kill Devil Hill.
Bragg, desconhecido faz bonito ao lado de mestres |
Mas, e os riffs? Bom, aí a conversa é com Marc Zanon, “quebra-galho” da banda de Hard Rock Ratt, que se encontrou nessa sonoridade mais suja e arrastada da banda, mostrando riffs e solos simples, diretos, com bastante distorção, fazendo o ritmo para o headbanging.
Ouça “Voodoo Doll”, começa empolgante, para intercalar com momentos que chegam a lembrar a boa fase do Grunge (não à toa Alice in Chains é citada). “War Machine” tem agradado muito ao vivo e é a melhor do disco, pois não deixa o ritmo cair e inicia o álbum mostrando a força dos vocais de Bragg, aliado ao baixo de Rex, que se sobressai.
Ainda posso destacar “We’re All Gonna Die” (encontro entre Pantera e Black Sabbath), “Strange” (que é o vídeo clipe do álbum), “Time & Time Again” com riffs que nos remetem ao Heaven and Hell, ajudado muito pela bateria cadenciada e pesada de Appice. “Misterious Ways” destoa do álbum, por ser acústica e trazer mais calmaria ao disco, mas não foge do clima Rock & Roll, estrada, aventura, etc., algo que parece emanar de cada canção do álbum.
Infelizmente, é difícil não fazer comparações, pois a bagagem histórica dos membros e sua originalidade irão acompanha-los para sempre e, assim, vai demorar mais algum tempo para que tenhamos a Kill Devil Hill como uma banda com personalidade própria. Até lá, eu que não vou reclamar do jeito que está.
Stay on the Road
Texto e Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Kill Devil Hill
Álbum: Kill Devil Hill
Ano: 2012
País: EUA
Tipo: Stoner/Groove Metal/Heavy Metal
Gravadora: SPV/Steamhammer
Marc, Vinny, Rex e Dewey |
Formação
Dewey Bragg (Vocal)
Marc Zavon (Guitarra)
Rex Brown (Baixo)
Vinny Appice (Bateria)
Tracklist
01 – War Machine
02 – Hangman
03 – Voodoo Doll
04 – Gates Of Hell
05 – Rise From The Shadows
06 – We’re All Gonna Die
07 – Time & Time Again
08 – Old Man
09 – Mysterious Ways
10 – Up In Flames
11 – Revenge
12 – Strange (iTunes bonus)
Acesse e conheça mais sobre a banda
Assista ao clipe oficial “Strange”
Confira a banda ao vivo em "War Machine"
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